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Brexit: semana crucial para substituição de Theresa May

Esta semana, os deputados conservadores vão votar no nome que querem ver à frente do partido e do país. É possível que Boris Johnson enfrente uma coligação de todos os outros contra si.
17 Junho 2019, 07h25

O processo de substituição de Theresa May na liderança do Partido Conservador britânico e na chefia do governo entra esta semana numa fase crucial, com mais duas votações dos parlamentares que fazem parte do grupo conservador na Câmara dos Comuns: esta terça e quarta-feira há novas votações.

Na corrida estão ainda Michael Gove, Matt Hancock, Jeremy Hunt, Sjid Javid, Dominic Raab e Rory Stewart e Boris Johnson – com este último a partir com grande vantagem sobre os seus adversários depois de ter conseguido, na primeira votação, uma margem de 114 votos (em 313 possíveis), contra apenas 43 de Hunt.

Nas votações desta semana – onde já não estarão Mark Harper, Endrea Leaton e Esther McVey – os candidatos que tiverem menos de 16 votos serão automaticamente banidos e, se tal não acontecer, os dois candidatos menos votados deixarão de fazer parte da corrida.

Entretanto, segundo a imprensa britânica, Boris Johnson pode ter de enfrentar uma coligação dos restante candidatos em apenas um nome (possivelmente o de Jeremy Hunt) que possa desta forma agregar os votos dos que estão contra a candidatura do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Theresa May.

Johnson é o ‘Brexiteer’ de linha dura e, apesar de ter dito recentemente que não é favorável a uma saída sem acordo, tem passado os últimos meses a fazer tudo para que a Câmara dos Comuns rejeite sistematicamente todos os possíveis acordos apresentados por Theresa May. Jeremy Hunt é bem mais moderado que Johnson, o que, em termos das negociações com Bruxelas, poderia ser uma vantagem assinalável para as hostes britânicas.

Boris Johnson deixou também algum mal-estar dentro do partido ao recusar-se debater propostas e pontos de vista com os restantes candidatos, numa decisão que pelo menos uma parte do partido foi lida como uma enorme dificuldade da parte do candidato a primeiro-ministro em tornar os conservadores um pouco menos opacos. Numa fase em que o partido está a enfrentar uma crise profunda em termos de adesão popular, esta falta de diálogo interno é tida como mais uma decisão contrária aos interesses dos conservadores.

Segundo o calendário proposto, a 22 de julho dar-se a votação por parte do universo de cerca de 160 mil conservadores – os britânicos que vão escolher o próximo primeiro-ministro do país – que serão chamados a escolher entre os dois últimos candidatos a baterem toda a concorrência. As apostas vão para Johnson e Hunt.

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