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Brexit: Theresa May enfrenta mais uma revolta no próprio governo

Vários ministros querem que a primeira-ministra deixe a política ativa -governo e liderança partidária – o mais brevemente possível, para que os conservadores não sofram danos ainda maiores no curto e médio prazos.
  • Theresa May
22 Fevereiro 2019, 18h46

Nem uma semana depois de os jornais britânicos terem noticiado que alguns membros do gabinete da primeira-ministra Theresa May estavam prestes a revoltar-se por causa da forma como decorrem as negociações sobre o Brexit, o jornal The Guardian diz haver mais uma ‘intentona’, a enésima.

Desta vez, segundo aquele jornal, alguns ministros – e logo dos mais influentes – preparam-se deixar claro a Theresa May que a líder conservadora deve sair da cena política ativa antes das eleições locais previstas para maio e permitir que um novo líder tome em mãos o Brexit, seja lá em que estado ele estiver.

Estas figuras estariam interessadas em que May deixasse de liderar o Governo logo após o Brexit – contando que ele acontece a 29 de março, como está previsto – ou o mais tardar em maio. Como se sabe, May conta permanecer no seu lugar o tempo suficiente, após o Brexit, para garantir um legado político além das negociações.

Se a saída se desse neste timing, os conservadores teriam o ‘defeso’ de verão para escolherem novo líder – que teria como função principal lançar um programa nacional de controlo dos efeitos da saída da União Europeia – num quadro em que ninguém ainda tem certezas de nada.

É este o clima duro com que May pode contar à partida para mais uma semana de grande dificuldade política para a primeira-ministra, com mais uma ida a Westminster, onde a Câmara dos Comuns lhe é cada vez mais adversa.

Segundo o The Guardian, os ministros que querem que May saia estão confiantes que, se o Brexit acontecer no prazo previsto, o partido deve ser capaz de garantir alguns resultados promissores nas eleições locais, que forneceriam um contexto a partir do qual o partido poderia reorganizar-se.

May prometeu aos deputados conservadores, em dezembro, que pretendia ficar na liderança do governo pelo menos até 2022, e mais tarde deixou claro que pretendia candidatar-se novamente caso houvesse eleições antecipadas. Tudo indica que o seu partido está pouco interessado em continuar a contar com o seu contributo na liderança.

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