[weglot_switcher]

‘Bridge-jobs’: a solução para trabalhar mais tempo e salvar o sistema de pensões

Menos nascimentos e uma população mais envelhecida são o rastilho para a implosão do mercado de trabalho e do sistema de pensões. Apesar disso, os mais velhos poderão ser o balão de oxigénio de que vamos precisar no futuro.
17 Agosto 2019, 14h00

O envelhecimento da população e as baixas taxas de natalidade vão colocar cada vez maiores desafios sociais e económicos ao mundo ocidental, que tenderão a intensificar-se à medida que os baby boomers entram na reforma. O professor português Duarte Nuno Leite, investigador no Instituto Max Planck, em Munique, é um dos autores do estudo “Demographic changes, migration and economic growth in the euro area” e conversou com o Jornal Económico sobre a Europa e Portugal Explica que uma política de imigração mais favorável não compensa o envelhecimento populacional e que a economia vai contrair por causa do decréscimo da população. Numa altura em que se fala da robótica para preencher postos de trabalho, Duarte Nuno Leite defende que ainda é cedo para se perceber o grau de substituição dos humanos pelas máquinas. Mas se a situação não mudar, no futuro seremos menos portugueses e mais pobres. No contexto do período eleitoral que se avizinha, o professor sugere que os partidos políticos ajudem a mitigar a quebra do número de trabalhadores deixando os mais velhos continuarem a trabalhar.

O que explica a baixa taxa de natalidade na União Europeia?
Existem várias razões. As economias têm-se desenvolvido e o desenvolvimento económico traz consigo a tendência para a baixa taxa de natalidade. Isto tem que ver principalmente com o ingresso das mulheres no mercado de trabalho que, como têm uma participação cada vez mais ativa, condiciona a possibilidade de terem filhos. As próprias condições do mercado de trabalho também são propícias a que haja dificuldades em cuidar dos filhos e levam os casais a questionarem-se sobre terem filhos ou não. Além disso, existe a tendência que nós chamamos de quantitity/quality trade-off que já vem da revolução industrial. Consiste na ideia de que os casais tendem a dar preferência à qualidade de vida dos seus filhos. E isso, obviamente, obriga a que haja menos filhos.

Artigo publicado na edição semanal de 2 de agosto, de 2019, do Jornal Económico. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.