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Bruxelas acusa administração Trump de despromover embaixador sem avisar

Bruxelas não foi notificado de qualquer alteração ao seu estatuto em Washington, mas duas fontes comunitárias disseram que é improvável que, mesmo que a decisão se confirme, haja uma retaliação por parte da UE em relação a diplomatas norte-americanos.
9 Janeiro 2019, 16h16

A União Europeia (UE) diz que os Estados Unidos diminuíram, sem aviso, o estatuto diplomático do embaixador europeu nos EUA e pediu explicações a Washington. A alteração foi relatada pela primeira vez pela agência de radiodifusão alemã ”Deutsche Welle”, que notou que o embaixador da UE em Washington, David O’Sullivan, não foi convidado para vários encontros oficiais no ano passado.

Outro exemplo aconteceu durante o funeral do Presidente George W. Bush, a 5 de Dezembro, quando o embaixador foi “chamado em último lugar”, disse um dirigente europeu sob anonimato, e não por ordem cronológica consoante o tempo de serviço.

Um porta-voz da UE disse ao jornal ”The Independent” que o bloco de 28 membros não foi notificado por Washington sobre a “recente mudança” não anunciada, e que as autoridades discutiram com os seus colegas americanos sobre “possíveis implicações” para a delegação em Washington.

“Os laços que temos entre a Europa e os Estados Unidos vão muito além de Washington DC e vão até as nossas sociedades”, cita o jornal britânico a porta-voz da UE, Maja Kocijancic. “Continua a ser verdade que, mesmo com uma relação transatlântica atualmente evoluída, a nossa parceria em muitas questões em que os nossos interesses continuam a convergir é vital não apenas para os europeus, não apenas para os americanos, mas também para as pessoas e países do mundo”.

“É por isso que estamos convencidos de que, independentemente do desacordo político que possamos ter com a administração dos EUA, continuamos parceiros naturais, amigos naturais e nossa amizade com os EUA está aqui para ficar”.

Outros funcionários da UE foram mais francos. “Claramente não estamos felizes com isto”, disse um funcionário do Serviço de Ação Externa da UE, que administra suas relações diplomáticas, que quiseram permanecer anónimos.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, nunca escondeu a pouca simpatia que tem pela UE, tendo várias vezes aplaudindo a saída do Reino Unido. No ano passado, Bruxelas e Washington aplicaram taxas alfandegárias sobre vários produtos e continua em aberto a possibilidade de Trump vir a aplicar uma taxa de 20% a todas as importações da UE.

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