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Bruxelas alinha com Governo e vê défice público de Portugal em 7,3% este ano

Em relação à dívida pública, a CE projeta que o rácio em relação ao PIB dispare para 135,1% este ano, de 117,2% em 2019, “refletindo o repentino défice primário e o efeito denominador causado pela contração esperada do PIB nominal”.
5 Novembro 2020, 10h04

A Comissão Europeia projeta um défice público de 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, com o gap orçamental a reduzir para 4,5% em 2021 e 3% no ano seguinte.

O Governo projeta um rácio de défice orçamental de 7,3% do PIB este ano, seguido de uma queda para um saldo negativo de 4,3% em 2021, de acordo com o Orçamento do Estado para o próximo ano.

“A pandemia Covid-19 deverá causar um impacto negativo no saldo orçamental público para um défice de 7,3%  do PIB em 2020, revertendo o superávit do ano passado”, referiu a Comissão Europeia, nas projeções económicas do outono, divulgadas esta quinta-feira.

“A operação de estabilizadores automáticos e apoio à política orçamental devem ser os principais responsáveis ​​por esta deterioração. Na  resposta à crise Covia-19, medidas foram tomadas para reforçar a resiliência do sistema de saúde, preservar empregos, fornecer serviços sociais adequados, proteger a continuidade dos negócios e apoiar
a retoma  da atividade, com uma estimativa custo orçamental direto geral de cerca de 3% do  PIB”, explicou.

“O pacote multifacetado de medidas devem levar a um aumento na despesa corrente, nomeadamente em subsídios e
transferências sociais, bem como em despesas de capital ligadas a ajuda de resgate às companhias aéreas”, adiantou. “Excluindo o impacto da terceira ativação do mecanisomo de capital contingente do Novo Banco (0,5% do PIB) e outras medidas pontuais, o saldo orçamental deve atingir um défice menor de 6,75% do PIB em 2020”.

A CE explicou que o défice deve diminuir para 4,5% do  PIB em 2021, devido à recuperação económica e a redução da carga fiscal com as medidas de mitigação da  crise.

Em relação à dívida pública, a CE projeta que o rácio em relação ao PIB dispare para 135,1% este ano, de 117,2% em 2019, “refletindo o repentino défice primário e o efeito denominador causado pela contração esperada do PIB nominal”.

Nos próximos dois anos, a alvancagem do Estado deverá recuar de novo, no entanto, para 130,3% e 127,2%, respectivamente, “beneficiando da retoma esperada no crescimento do PIB e do pré-financiamento da ajuda no Fundo de Recuperação e Resiliência”, concluiu a instituição europeia liderada por Ursula von der Leyen.

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