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Bruxelas atrasa incluir Reino Unido na lista de destinos seguros devido ao aumento de 160% dos casos da variante indiana

Até à última quinta-feira, havia 3.424 casos confirmados de Covid-19 provocados pela variante que foi identificada na Índia. Aumento da incidência desta variante preocupa líderes europeus uma vez que pode comprometer o ritmo de vacinação no bloco europeu. Decisão será revista daqui a duas semanas.
21 Maio 2021, 12h12

A Comissão Europeia não vai acrescentar, para já, o Reino Unido à lista de países seguros para viajar uma vez que a incidência de casos por Covid-19 da variante da Índia tem vindo a aumentar. O número de casos confirmados por esta estirpe aumentou 160% na última semana, de acordo com os dados consultados pelo “The Guardian”, esta sexta-feira.

Segundo a notícia, os líderes europeus ficaram de incluir a região na lista ainda hoje, porém, fontes confirmaram ao jornal britânico que a decisão foi adiada por mais duas semanas.

Até à última quinta-feira, havia 3.424 casos confirmados de Covid-19 provocados pela variante que foi identificada na Índia. “Os casos ainda estão a afetar predominantemente o noroeste de Inglaterra – particularmente Bolton – e Londres e estamos a ver alguns surtos por todo o país”, afirmaram as autoridades sanitárias, que acreditam que os dados apresentados podem já estar desactualizados, por haver um intervalo entre a colheita e o resultado.

De acordo com a mesma autoridade, a Saúde Pública de Inglaterra, esta variante parece ser mais transmissível do que a de Kent, que surgiu no final do ano passado e é actualmente dominante no Reino Unido.

“De acordo com a proporção das amostras que sequenciámos, é provável que tenhamos mais de 11 mil casos a 15 de maio, provocados pela variante indiana”, disse Paul Hunter, professor de Medicina da Universidade East Anglia.

Esta quinta-feira, os líderes europeus chegaram a um acordo para aprovar o certificado digital europeu que irá permitir o livre-trânsito no bloco europeu durante a pandemia, contribuindo assim para a retoma económica destes países. Uma vez que o Reino Unido já não faz parte da União Europeia, desde o inicio deste ano, este certificado não será válido pelo que será necessário que a região cumpra os requisitos mínimos.

As restrições atuais impedem qualquer viajante de um país com mais de 25 casos por 100 mil habitantes em 14 dias de entrar no bloco europeu. A Comissão Europeia sugeriu que o limite fosse 100/100 mill habitantes, enquanto que os Estados-membros contrapuseram com um limite de 75/100 mil habitantes — uma margem que, neste momento, o Reino Unido respeita mas que deverá ser ultrapassada face ao aumento de casos da variante indiana.

Embora, a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha já frisado que as vacinas aprovadas no espaço europeu — Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Johnson & Johnson — são eficazes contra todas as variantes, existe ainda uma preocupação uma vez que esta estirpe pode comprometer o ritmo de vacinação no bloco europeu. De acordo com a Comissária Europeia da Saúde e Segurança dos Alimentos, Stella Kyriakides, pelo menos 40% da população da União Europeia já tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19, sendo que destes, 17% já está totalmente imunizada.

Ainda que o otimismo seja notável (estão a ser administradas 20 milhões de vacinas semanalmente na UE), Kyriakides ressalva que o surgimento de novas variantes a um nível “alarmante” continua a ser motivo de preocupação para todos os Estados-membros. “Estamos a ver a dispersão alarmante de variantes do Brasil e da Índia e isto torna bem claro o perigo que as novas variantes ainda constituem”, frisou.

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