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Bruxelas revê crescimento europeu em baixa e alerta para riscos de maior abrandamento

Embora acredite que “a dinâmica de crescimento se fortaleça de alguma forma durante o segundo semestre do ano”, Bruxelas adverte para uma“crescente incerteza”.
12 Julho 2018, 10h27

A Comissão Europeia reviu em baixa de 0,2 pontos percentuais o crescimento da economia europeia para este ano, para os 2,1% na zona euro e na União Europeia (UE), e adverte para a existência de “riscos significativos” de nova revisão em baixa.

Depois de nos dois anteriores exercícios de previsões macroeconómicas – as do inverno (em fevereiro) e da primavera (em maio) – ter antecipado um crescimento do PIB de 2,3% este ano tanto no espaço da moeda única como no conjunto da União Europeia, o executivo comunitário, nas suas previsões intercalares de verão, divulgadas esta quinta-feira, indica que “após cinco trimestres consecutivos de expansão vigorosa, a dinâmica económica abrandou no primeiro semestre de 2018”.

A estimativa de crescimento apontada agora por Bruxelas representa um abrandamento de 0,4 pontos percentuais do ritmo de expansão da economia, tanto da zona euro como do conjunto da UE, que cresceram a um ritmo de 2,5% no ano passado, o passo mais robusto em 10 anos.

Embora acredite que “a dinâmica de crescimento se fortaleça de alguma forma durante o segundo semestre do ano”, e que continuam a estar reunidas “as condições fundamentais para um crescimento económico sustentado”, com as perspetivas de “uma melhoria das condições do mercado de trabalho, um declínio do endividamento das famílias, e a manutenção de uma elevada confiança do consumidor e de uma política monetária que apoia”, Bruxelas adverte, todavia, para uma“crescente incerteza”.

“Ainda que o recente desempenho económico robusto já tenha dado provas de resiliência, as previsões continuam à mercê de riscos negativos significativos, que aumentaram desde a primavera”, alerta Bruxelas.

A Comissão explica que as suas previsões de hoje partem do princípio de que não haverá uma escalada ainda maior nas tensões comerciais, mas que, se tal se verificar, haverá consequências negativas a nível do comércio e do investimento.

“Outros riscos incluem um potencial para volatilidade dos mercados financeiros relacionado, sobretudo, com riscos geopolíticos”, aponta.

Num primeiro comentário às previsões económicas de hoje, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, observou que Bruxelas continua a esperar uma expansão da economia europeia em 2018 e 2019, mas sublinhou que “uma escalada ainda maior de medidas protecionistas constituem um risco claramente negativo”.

“As guerras comerciais não produzem vencedores, apenas vítimas”, disse.

Relativamente à inflação, o outro indicador macroeconómico contemplado nestas previsões intercalares – as próximas completas serão as de outono, em novembro -, a Comissão Europeia procede a uma pequena revisão em alta, de 0,2 pontos percentuais tanto na zona euro (para uma taxa de 1,7%), como na UE (para 1,9%), como resultado do aumento dos preços do petróleo desde a primavera.

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