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Bruxelas revê em baixa expansão da economia portuguesa e espera défice de 0,6% em 2019

A Comissão Europeia identifica factores externos como a principal causa no desacelerar do crescimento do PIB em Portugal. Nas previsões de outono, Bruxelas mostra-se mais pessimistas que o Governo em relação ao défice público de 2019.
8 Novembro 2018, 10h06

A Comissão Europeia (CE) mostra-se mais pessimista do que o Governo nas previsões de crescimento da economia portuguesa e do défice do próximo ano. As estimativas de Bruxelas no Autumn 2018 Economic Forecast, publicado esta quinta-feira, dia 8 de outubro, apontam para um abrandamento do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,8% em 2019, abaixo dos 2% das previsões de verão e dos 2,2% previstos pelo Governo.

“O PIB em Portugal aumentou 2,3% face ao primeiro semestre de 2018, impulsionado principalmente pela forte procura interna e em linha com as previsões intercalares de verão”, diz a CE, acrescentando que “o crescimento do PIB deverá moderar-se ligeiramente no segundo semestre do ano, principalmente devido à desaceleração da procura externa. No geral, o PIB deverá crescer 2,2% este ano, abaixo dos 2,8% em 2017”.

Também sobre o défice nominal, as previsões de Bruxelas défice são mais conservadoras do que as inscritas pelo Governo no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), que aponta um défice de 0,2%. Esta meta apenas deverá ser alcançada, segundo a CE, em 2020, devendo no próximo ano ficar-se nos 0,6%.

“O défice nominal deverá cair para 0,6% do PIB em 2019, enquanto o défice líquido de compensações pontuais deverá aumentar para 0,2% do PIB.”enquanto o défice líquido de compensações pontuais deverá aumentar para 0,2% do PIB”, salienta a CE.

“Como consequência das medidas discricionárias, a poupança na despesa com juros e os rendimentos  de propriedade é expectável que sejam amplamente neutras em 2019, projeta-se que o saldo estrutural permaneça amplamente estável”, diz. O défice nominal, por sua vez, deverá melhorar para 0,2% do PIB em 2020, enquanto o saldo estrutural deverá permanecer globalmente inalterado.

Bruxelas sinaliza que o défice da administração pública deverá manter-se abaixo de 1% ao longo do horizonte de previsão, enquanto o saldo estrutural, “após alguma melhoria em 2018, deverá permanecer globalmente estável a partir de então”.

Já o rácio da dívida pública em relação ao PIB deverá continuar a diminuir para cerca de 117% até 2020.

“Depois de cair por 4,5 pps. para 124,8% em 2017, o rácio da dívida pública em relação ao PIB deverá diminuir ainda mais para 121,5% em 2018, 119,2% em 2019 e 116,8% em 2020, principalmente devido a excedentes orçamentais primários e a um crescimento nominal do PIB”, aponta.

As previsões da CE sublinham ainda que o Indicador de Sentimento Económico da Comissão “diminuiu ainda mais no terceiro trimestre”, ainda que permaneça acima da média de longo prazo.

[Notícia atualizada às 10h36]

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