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Cabo submarino que liga Angola e Brasil pronto a ser comercializado

A Angola Cables assume a ligação de Angola e África diretamente com o Brasil e os EUA através do SACS e do outro cabo, numa conectividade que até agora se processava através da Europa.
15 Outubro 2018, 12h24

A Angola Cables e a NEC Corporation anunciaram esta segunda-feira que a construção do primeiro sistema de cabos submarinos a cruzar o Sul do Atlântico foi concluída e que está tudo pronto para dar início ao serviço comercial.

O Sistema de Cabo Submarino do Sul do Atlântico (SACS) conecta Angola e Brasil, ligando diretamente e pela primeira vez o continente africano à América Latina pelo Sul do Atlântico, permitindo transmissões internacionais de dados de alta velocidade e grande capacidade, estimulando o comércio e o crescimento económico em ambas as regiões.

O SACS é 100% detido pela Angola Cables que, em parceria com investidores locais, também detém, maioritariamente, o centro de dados em Fortaleza. A Angola Cables opera o SACS, o centro de dados de Fortaleza e a Angonap. Desta forma, a Angola Cables irá permitir ligar Angola e África diretamente com o Brasil e os EUA através do SACS e do outro cabo, aumentando a conectividade existente entre África e os Estados Unidos (EUA) e que até agora se processava através da Europa.

O SACS foi parcialmente financiado pelo Banco do Japão para a Cooperação Internacional (JBIC) através de um empréstimo por crédito ao comprador efetuado ao Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), o banco estatal para o desenvolvimento de Angola. O empréstimo foi cofinanciado pela Sumitomo Mitsui Banking Corporation (SMBC), tendo a Nippon Export and Investment Insurance (NEXI) fornecido um seguro para a parte financiada pelo SMBC.

Sobre esta nova ligação, António Nunes, CEO da Angola Cables, afirma, em comunicado, que a ambição da operadora é transportar pacotes de dados da América do Sul e Ásia através do hub africano utilizando o SACS e, juntamente com o Monet e o WACS, fornecer uma mais eficiente opção de conetividade direta entre a América do Norte, Central e do Sul com a África, Europa e Ásia. “Ao desenvolver e conectar ecossistemas que permitem que o tráfego IP local seja enviado e recebido local e regionalmente, a eficiência das redes que fornecem o Hemisfério Sul pode ser amplamente melhorada”, reforça o responsável.

Com o objetivo de dar resposta à crescente procura de tráfego de banda larga, móvel, radiodifusão e empresarial que cruza o Sul do Atlântico, o SACS irá contar com tecnologias de transmissão óptica por quatro pares de fibra de alta qualidade, com capacidade inicial de 40Tb/s. O sistema de cabos SACS vai ter amarração na estação terrestre de cabo de Sangano, em Angola, perto da capital, Luanda, e irá fornecer conetividade ao centro de dados Angonap. No Brasil, o SACS irá ter amarração diretamente num centro de dados recém-construído, que foi construído para o SACS e para um outro sistema de cabos que irá ligar o Brasil aos EUA.

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