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Cabo Verde não tem tido “vontade política” suficiente para integração na CEDEAO

 O investigador cabo-verdiano, Odair Barros Varela, afirma que a Cabo Verde não tem tido “vontade política” suficiente no processo de integração da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
30 Maio 2018, 14h02

Odair Barros Varela, que é também director académico do Mestrado Integração Regional Africana, da Universidade de Cabo Verde, fez essa constatação em declarações à imprensa à margem do debate “A CEDEAO e os Desafios da Integração Regional: Modelos, Dinâmicas e Perspetivas”, promovida pela Uni-CV, no âmbito da 1ª Semana da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que decorre de 20 a 31 deste mês na Cidade da Praia.

Segundo o investigador, Cabo Verde aderiu a CEDEAO em 1974, mas enfrenta ainda desafios a nível da mobilidade, da integração económica e da harmonização da legislação que, conforme disse, tem a ver com a “insuficiente” falta de vontade política.

“O país podia fazer muito mais a nível da rectificação dos protocolos e de colocação de quadros na CEDEAO”, disse, sublinhando que, se Cabo Verde tivesse apostado um pouco mais a nível da diplomacia, talvez não tinha perdido a presidência da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

Para o investigador, neste momento o país precisa de acções e passos concretos com abertura de Embaixada em Abudja, Nigéria e uma representação Adis Abeba.

Segundo Odair Barros Varela, este é o momento de debater e analisar questões de harmonização das leis no espaço da CEDEAO, processo de integração a nível da imigração, mobilidade no espaço da CEDEAO, legalização dos imigrantes, processo de integração económica e o posicionamento de Cabo Verde em relação à tarifa externa comum.

“A ideia é analisar todos os aspectos do processo de integração em curso, ter em atenção de que o actual processo de globalização não compactua com aqueles que não estão ligados às indústrias do conhecimento”, sublinhou o professor que defendeu que a CEDEAO deve apostar em programas e centros de pesquisas que promovam a produção do conhecimento dentro do espaço e continente.

A CEDEAO completa hoje 43 anos de existência. Desde a sua criação pelo Tratado de Lagos, a instituição vem experimentando diversas situações caracterizadas por avanços e recuos no que tange ao seu processo de fortalecimento e consolidação da integração regional.

No âmbito da 1ª Semana da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Uni-CV promove ainda várias actividades de cariz académico, carácter sócio-recreativo, envolvendo aspectos sociais e culturais dos estados-membros.

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