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Cabo Verde vai ao Mundial mas tem mais um adversário para fintar: Donald Trump

No campo está tudo garantido: os cabo-verdianos fizeram história e garantiram o apuramento para a mais importante prova de seleções da FIFA. Agora, vem a burocracia e a administração norte-americana não parece disposta a facilitar.
epa12273726 US President Donald J. Trump, with HHS Secretary Robert F. Kennedy Jr., delivers remarks during a Making Health Technology Great Again event in the East Room of the White House in Washington, DC, USA, 30 July 2025. The White House and the Centers for Medicare and Medicaid Services have received commitments from 60 healthcare technology companies to collaborate on a new health technology advancement initiative. EPA/SHAWN THEW
14 Outubro 2025, 09h20

Cabo Verde vai ao Mundial, quer Trump queira ou não. A seleção africana conquistou esta segunda-feira o histórico apuramento para a prova mais importante do calendário da FIFA. Problema: o Mundial de 2026 vai ter lugar, além do México e Canadá, nos Estados Unidos, país cuja administração tem colocado sérias restrições na entrada de cidadãos de muitos países, entre os quais alguns lusófonos.

Quando assumiu o cargo, a 20 de janeiro, Donald Trump emitiu uma ordem executiva exigindo que o Departamento de Estado identificasse os países “para os quais as informações de verificação e triagem são tão deficientes que justificam uma suspensão parcial ou total da admissão de nacionais desses países”.

No quadro do aumento dos impedimentos à entrada de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, a administração da Casa Branca elaborou uma lista de 43 países – cerca de 25% daqueles que têm lugar na ONU – cujos cidadãos enfrentarão dificuldades em viajarem para aquele país. Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial são alguns desses países.

Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, quatro países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), surgem no grupo de nações às quais poderá vir a ser dado um prazo de 60 dias para corrigirem deficiências detetadas, sob pena de sofrerem restrições mais pesadas.

O Governo de Cabo Verde reagiu em março deste ano à inclusão do país na lista de nações cujos cidadãos poderão enfrentar restrições de entrada nos Estados Unidos, assegurando que “vai encetar diligências” junto das autoridades norte-americanas.

Num comunicado emitido ao início a meio de março e ao qual o Jornal Económico (JE) teve acesso, o Executivo liderado por Ulisses Correia e Silva diz, confrontado com o prazo de 60 dias para a correção de falhas na emissão de documentos, que “tomará todas as medidas necessárias para responder de forma eficaz a quaisquer questões levantadas”, enquanto “reafirma o seu compromisso com o estrito cumprimento das normas e regulamentos internacionais, nomeadamente os estipulados pelos Estados Unidos da América”.

O Governo sublinha, na mesma nota, que “existem preocupações que poderão ser sanadas em diálogo com as autoridades americanas” nesse prazo, dado que o país integra a categoria amarela da lista ao lado de outras 21 nações.

Cabo Verde faz história

Cabo Verde vai jogar o Campeonato do Mundo de Futebol 2026 pela primeira vez. Foi no Estádio Nacional, em casa, que os “tubarões azuis” gravaram o 13 de outubro como um dia histórico para o país ao garantirem a tão aguardada – e merecida- qualificação para o Mundial.

A equipa de Pedro Brito “bubista”, treinador mais titulado da seleção cabo-verdiana de futebol, venceu a equipa do Essuatíni por 3-0, terminando em primeiro lugar no grupo D.

Foi preciso esperar pela segunda parte para o rumo da partida ficar esclarecido. Dailon Livramento inaugurou o marcador aos 47′, com Willy Semedo, que se estreou a marcar pela seleção cabo-verdiana, a seguir o exemplo do novo reforço do Casa Pia AC poucos minutos depois. Aos 90′, Ianique dos Santos Tavares fechou o resultado final com a marcação do terceiro.

O Mundial 2026 decorre no verão do próximo ano, numa organização conjunta do Canadá, Estados Unidos e México.

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