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Cafôfo: “Quero acabar com o clientelismo na Madeira”

Candidato socialista às eleições de setembro diz que autonomia não deve servir para separar a Madeira do restante território nacional.
6 Julho 2019, 17h57

O candidato do PS à presidência do Governo Regional da Madeira, Paulo Cafôfo, disse hoje que um executivo por si liderado vai combater o clientelismo e promover a livre concorrência na economia da Região.

“Quero acabar com o favorecimento e o clientelismo. Acredito na igualdade de oportunidades e o Governo Regional deve promover a livre concorrência, sem favorecer nenhuma empresa”, disse Paulo Cafôfo na apresentação do programa de governo do PS, que decorre este sábado no Centro de Congressos do Funchal.

Cafôfo salientou que a Região é governada pelo PSD há 43 anos, defendendo que é “tempo de mudar”. “Estamos numa nova etapa neste processo de ganhar o governo regional, para contribuir para a viragem da nossa história e termos outras perspectivas com este governo”, disse o candidato.

“Queremos não só ganhar as eleições, mas sim governar bem”, acrescentou, explicando que o programa hoje apresentado foi elaborado com os contributos da sociedade civil madeirense. “Os desafios serão enormes, não será um caminho fácil. Teremos de ter coragem para fazer alterações estruturais na nossa Região”, frisou.

Cafôfo frisou que a autonomia da Região tem sido fundamental para assegurar o desenvolvimento da Madeira e do Porto Santo. “O centralismo de Lisboa existe, não é um mito”, disse, mas frisou que a autonomia não foi instituída “para afastar a Madeira do Continente”, numa alusão às frequentes trocas de argumentos entre o executivo regional liderado pelo social democrata Miguel Albuquerque e o Governo da República

“Para sermos respeitados, também temos de nos dar ao respeito”, disse Cafôfo, acrescentando que a Madeira “deve ser firme quando necessário” mas sem deixar de manter boas relações com Lisboa e com o governo regional dos Açores.

Entre as medidas do Programa do PS Madeira apresentadas está a meta de “atingir 70 por cento da energia produzida por fontes renováveis ou não fósseis” e de “conseguir ter mais ligações aéreas ao Continente e ao estrangeiro”.

Na educação, o PS promete criar um modelo para que os cidadãos que não concluíram o ensino obrigatório possam voltar à escola e obterem as necessárias qualificações, bem como a “gratuitidade dos manuais, transporte e alimentação no Ensino Obrigatório” e ainda a aposta de “forma séria e sistemática” na prevenção, logo a partir do ensino Pré-Escolar, para evitar que os alunos saiam da escola mais tarde”.

Não foi esquecida a valorização do ensino profissional, reforçando a sua qualidade, para que os alunos tenham as competências necessárias. Serão feitas parcerias com as entidades privadas para que tenham emprego, refere o programa do PS Madeira. Bonificar os professores que fazem mestrados e encontrar a “solução mais adequada” para os professores que estão em situação precária há 15 anos, é outra das medidas nesta área. O programa também inclui um plano de combate à obesidade e de promoção do Desporto.

Relativamente às propostas de aumento do investimento público, o PS considera que o atual excedente das contas públicas regionais (2,7% do PIB regional) é prejudicial e que é necessário alterar a política orçamental para lançar uma nova fase de crescimento da economia. O saldo orçamental deverá ser reduzido para 0,5%.

“As prioridades são claras, mais emprego, mais investimento público e mais rendimentos para as famílias, sem deixar de manter o rigor das contas públicas e o saldo orçamental positivo”, promete o PS. Finalmente, propõe ainda a contratação de 500 novos quadros e técnicos da Saúde na Região.

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