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Caixa com lucros de 283 milhões de euros no primeiro semestre

A subida, de 46% face ao período homólogo foi impulsionada pelo aumento da margem complementar em cerca de 34 milhões, que mais que compensou a descida de 15 milhões de euros na margem financeira alargada. A CGD reduziu o malparado embora não tenha vendido créditos, mas tem operações em curso para vender 800 milhões de malparado, onde não entram os créditos dos grandes devedores. Até 2021 vai emitir dívida de dois mil milhões.
  • Cristina Bernardo
30 Julho 2019, 17h05

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 282,5 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida 46% face ao período homólogo.

As receitas do banco público ascenderam a 908,2 milhões de euros, um aumento de 2,1% face ao período homólogo. “Para esta evolução favorável contribuiu a subida da margem complementar em cerca de 34 milhões, mais que compensou a descida de 15 milhões de euros na margem financeira alargada”, explicou a Caixa em comunicado.

A margem financeira contraiu 3,2% face ao primeiro trimestre de 2018, fixando-se em 564,6 milhões de euros, devido “à conjuntura das taxas de juro e o seu impacto na carteira de crédito e de ativos financeiros”.

Os resultados em operações financeiras geraram 22,5 milhões de euros, um “montante aquém do valor observado no semestre homólogo”, por causa da “evolução dos derivados de cobertura de taxa de juro, dada a evolução das taxas de longo prazo”, referiu o banco.

O resultado bruto de exploração cresceu 12,9% para 49,1 milhões de euros e o resultado de exploração core – a soma da margem financeira com comissões deduzida dos custos operativos – atingiu os 330,5 milhões de euros, 13 milhões acima do que tinha sido registado no primeiro semestre do ano passado.

Nos primeiros seis meses do ano, as imparidades para crédito atingiram os 2,8 milhões de euros. Na qualidade dos ativos, a Caixa reduziu o montante de non performing loans (NPL)em 2,3 mil milhões de euros, isto é, uma redução de 34% face ao período homólogo, sendo que há um ano atrás a CGD tinha vendido carteira de malparado, situação que não se repetiu no primeiro semestre de 2019. José Brito, CFO da CGD, explicou que a redução de NPL se deveu ao write-off de 500 milhões de euros.

Paulo Macedo revelou que a Caixa tem em curso operações de vendas de crédito malparado num valor próximo de 800 milhões de euros. “São créditos em Portugal e no exterior, o que acontece pela primeira vez”.

O CEO do banco do Estado explicou ainda que a Caixa “está disponível para vender créditos” salientou que “nestas carteias não há vendas de créditos de grandes devedores”.

O rácio de NPL atingiu os 7,3% no final do primeiro semestre, e a cobertura por imparidades e por colateral situou-se nos 64,3% e 43,6%, respectivamente, com uma cobertura total de 107,9%.

No campo da liquidez, os recursos obtidos junto do Banco Central Europeu subiram ligeiramente face ao semestre homólogo  para 491 milhões. Além disso, a Caixa optou por fazer o reembolso antecipados de duas emissões Tier 1, emitidas em 2004 e 2005, cujo valor ascendia aos 110,7 milhões de euros.

O rácio de capital common equity tier 1 nos 14,8% enquanto o Tier 1 fixou-se nos 15,8%, “cumprindo confortavelmente os requisitos de capital em vigor para a CGD”, lê-se no comunicado.

A Caixa explicou ainda que a partir do dia 1 de janeiro de 2023, a Caixa terá de ter um montante de fundos próprios e de passivos elegíveis no valor de 11,4 mil milhões de euros, o que representa mais 13% do total de passivos e capitais próprios do seu perímetro de resolução.

Esta imposição surgiu de uma decisão do conselho único de resolução que atualizou os requisitos de MREL.

“O requisito MREL encontra-se em linha com as expectativas da CGD e é consistente com o seu plano de financiamento que prevê a emissão de aproximadamente dois mil milhões de euros de passivos elegíveis – emissões de dívida sénior preferencial e dívida sénior não preferencial – até 2022”, disse a Caixa.

Até 2022 a Caixa vai emitir dívida no valor total até dois mil milhões. José Brito explicou que o banco público não precisa desta dívida para a atividade comercial e que será dívida para acrescer à liquidez do banco.

(atualizada às 18h40)

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