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CAP vai explicar impacto do ‘Brexit’ aos empresários agrícolas nacionais

O Reino Unido é o 5º maior mercado para o sector agroflorestal nacional, com as exportações a valerem perto de 575 milhões de euros anuais.
29 Outubro 2019, 07h40

A CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal vai promover hoje, dia 29 de outubro, a partir das 14 horas, um seminário para explicar aos empresários agrícolas nacionais o impacto que irá decorrer da concretização do ‘Brexit’.

O evento foi organizado em parceria com a AICEP e com a Direção Geral das Atividades Económicas do Ministério da Economia, no auditório da CAP, em Lisboa, e tem como objetivo informar os empresários agrícolas sobre o plano de contingência de Portugal no caso da saída, sem acordo, do Reino Unido da União Europeia.

Recorde-se que foi sabido ontem, dia 28 de outubro, que a Comissão Europeia aceitou o pedido do Reino Unido para adiamento do prazo de saída negociada da União Europeia.

O adiamento coloca agora a data de saída negociada do Reino Unido a 31 de janeiro de 2020 como prazo máximo (podendo os britânicos sair mais cedo), quando antes esse prazo temporal terminava na próxima quinta-feira, dia 31 de outubro.

No seminário “BREXIT: Oportunidades e Desafios para o setor Agrícola”, “os empresários agrícolas terão a oportunidade de, por um lado, conhecer as medidas de contingência que o Governo português tem preparadas para o cenário de ‘hard Brexit’ (saída sem acordo) e, por outro, colocar dúvidas e obter esclarecimentos sobre as implicações regulamentares e aduaneiras para o setor, aquando da saída do Reino Unido”, explica um comunicado da CAP.

“O Reino Unido é um dos principais mercados do sector agroalimentar português, que tem uma componente exportadora cada vez mais vincada. A sua saída da UE, sobretudo num cenário de não acordo, será naturalmente lesiva para os interesses dos agricultores portugueses – sobretudo no caso de os produtos frescos terem de ser inspecionados à entrada da fronteira, o que poderá ser um processo moroso que não se coaduna nem com a segurança alimentar nem com os ritmos e interesses próprios dos exportadores”, afirma o presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa.

Por outro lado, este responsável não deixa de sublinhar as oportunidades que podem advir do ‘Brexit’: “Naturalmente, os produtores necessitam de olhar para novos mercados e de reforçar o investimento noutros, numa estratégia de diversificação que, a médio prazo, pode ser benéfica para o sector”.

Este seminário contará com a intervenção especializada de representantes da Autoridade Tributária e Aduaneira e do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPPA) do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que, nas suas intervenções, irão apresentar os vários cenários relativos aos impactos aduaneiros e regulamentares do ‘Brexit’.

Além disso, o delegado da AICEP no Reino Unido, Rui Boavista Marques, e o embaixador João de Vallera, coordenador do Ministério dos Negócios Estrangeiros para o ‘Brexit’, marcarão presença para fazer ponto de situação das negociações e das medidas que o Governo português preparou em caso de uma saída sem acordo.

Neste evento, em que será ainda apresentado o estudo da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, “Brexit – As consequências para a economia e as empresas portuguesas”, pela consultora EY – AM&A, haverá ainda tempo para um debate sobre os impactos setoriais da saída do Reino Unido da UE.

“O Reino Unido é o 5º maior mercado para o sector agroflorestal nacional, com as exportações a valerem perto de 575 milhões de euros anuais. Em termos gerais, é o 4º mercado das exportações portuguesas de bens e o 1º mercado de exportações de serviços”, destaca a referida nota informativa.

 

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