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Carlos César insiste que CDS é o parceiro privilegiado do PS nos Açores

Socialistas ainda tentam diálogo com democratas-cristãos. Aconteceu o mesmo em 1996, mas a coligação durou apenas um ano e acabou mal, como vaticinavam todos os quadrantes políticos na altura.
28 Outubro 2020, 18h28

Apesar de as conversas entre PSD e CDS nos Açores estarem a “correr bem”, o PS regional ainda tem esperança que o CDS ajude um novo governo socialista na Assembleia Legislativa regional. E Carlos César, presidente do PS e ex-presidente do Governo Regional, assume isso mesmo numa publicação na rede social Facebook.

“O CDS é, historicamente, um interlocutor privilegiado do PS na Região, num diálogo continuado e com provas dadas em boa parte também justificado pelo posicionamento moderado do PS na Região. Mas não basta. Terá de ir além. E, qualquer que seja o governo, deve evitar soluções precárias”, escreve César, apelando à responsabilidade de todos os partidos depois das eleições regionais de domingo, que ditaram uma vitória do PS, mas com perda da maioria absoluta.

De facto, PS e CDS concluíram um acordo em 1996, que permitiu aos socialistas substituírem os sucessivos governos do PSD, que nesse ano perdeu a maioria na região. Mas o entendimento entre PS e CDS durou apenas um ano: para pouco mais serviu que para votar favoravelmente um Orçamento regional. Ao segundo, o acordo desapareceu.

“Vasco Cordeiro tem, como já disse, uma missão complexa à sua frente para formar governo, e, mais ainda, o direito e o dever, determinado pelos resultados do sufrágio, de o fazer. Fê-lo, na própria noite eleitoral, na procura de uma solução de estabilidade e de segurança para os Açores. Mas essa é, também, uma responsabilidade de outros partidos que queiram, efetivamente, colocar os Açores e os açorianos primeiro”, apela o dirigente socialista, considerando que o PS-Açores é o único partido com capacidade “de interlocução à esquerda e à direita e, também por isso, potencial de maior estabilidade”.

Carlos César lembra que o PSD – Açores só consegue constituir governo com o apoio de cinco partidos, o que implica ficar “associado por alguma forma ao Chega”. Pelo que pergunta: “Será capaz de chegar a tanto?…E, mesmo que assim chegue, por quanto tempo?”

O Chega teve uma posição inicial de recusa de qualquer diálogo à mesma mesa com PSD, mas evoluiu para a apresentação de condições.

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