Carlos Ghosn diz que fugiu do Japão para o Líbano para limpar o seu nome. O ex-presidente da aliança Renault-Nissan falou esta quarta-feira numa conferência de imprensa realizada em Beirute, naquela que foi a sua primeira aparição pública desde a sua fuga à justiça japonesa no passado mês de dezembro, conta a agência “Reuters”.
O ex-presidente da construtora automóvel japonesa fugiu do país onde aguardava julgamento por acusações de quebra de confiança e apropriação indevida de fundos da empresa, algo que Carlos Ghosn nega. “As acusações contra mim são infundadas”, afirma.
Carlos Ghosn descreveu ainda o que sentiu quando se encontrava no Japão. “Vou morrer no Japão ou terei que sair. Senti-me como refém de um país que servi durante 17 anos”, referiu à imprensa.
O ex-patrão da Renault-Nissan diz ter sido tratado “brutalmente” pelos procuradores japoneses e alega que a Nissan e as autoridades japonesas conspiraram para expulsá-lo como forma de vingança pela interferência do Governo francês na aliança da construtora com a Renault.
“Por que estenderam o cronograma da investigação, por que me prenderam novamente? Por que estavam eles tão empenhados em impedir-me de falar e expor os meus factos? Por que passaram eles 14 meses a tentar quebrar o meu espírito, impedindo qualquer contacto com a minha esposa?”, referiu Ghosn sobre as autoridades japonesas.
Recorde-se que a justiça de Tóquio emitiu na terça-feira um mandado de prisão para a mulher de Carlos Ghosn, Carole, por suspeitas de perjúrio. O Ministério da Justiça japonês já disse que vai tentar encontrar uma maneira de trazer Carlos Ghosn de volta ao país, apesar do Japão não ter nenhum acordo de extradição com o Líbano.
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