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Carlos Moedas: “O Conselho Europeu de Inovação é o business angel do dinheiro público”

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, venceu esta quarta-feira o prémio de “Personalidade do Ano de Impacto Internacional” da Associação Portuguesa de Business Angels. Ao Jornal Económico, contou como, antes da política, foi ele mesmo um investidor em capital de risco: “Na altura punha 1.000 euros ou 2.000 numa empresa ou numa ideia”.
21 Junho 2018, 10h55

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, é a “Personalidade Internacional do Ano”, de impacto internacional, para a Associação Portuguesa de Business Angels (APBA). Ao agradecer a distinção, Carlos Moedas lembrou os tempos em que ele mesmo foi um investidor em capital de risco e a inspiração que o professor da Harvard Business School, onde fez um MBA, para os alicerces daquele que é hoje o seu trabalho em Bruxelas.

“Acho que é a primeira vez que ganho um prémio em Portugal. É bom ser reconhecido no meu país por aquilo que tenho feito pela inovação nos últimos três anos Na minha vida profissional de investidor, criei uma empresa de business angels. Nessa altura ainda não se sabia o que eram business angels, talvez pensassem que era alguma coisa da Igreja. Punha 1.000 euros ou 2.000 numa empresa ou numa ideia”, contou ao Jornal Económico.

Carlos Moedas foi um dos criadores do fundo Shilling Capital Partners, cuja participação vendeu assim que ingressou na Política, de acordo com o que explicou no evento Spring Investment Dinner, ao final da tarde de ontem, no Museu da Eletricidade.

O comissário europeu não tem dúvidas de que essas “pequenas quantidades de dinheiro” são imprescindíveis para o mercado, mas sabe que os portugueses tendem a investir sozinhos. “É por isso que na altura que comecei também nos juntávamos”, refere. Para o responsável europeu, a APBA é o verdadeiro berço dos business angels no país.

Estes investidores [com experiência em empresas e vontade de investir algum do seu capital em novos projetos] são “catalisadores da diversificada e do conflito”, no sentido em que ajudam a criar diversidade e a irromper com o panorama habitual do venture capital [institucional e mais organizado, normalmente com investimentos de montantes superiores]. “A inovação só acontece quando se gera conflito (…). Mais do que acionistas são gestores e essenciais para o futuro daquilo que faz na Europa e para o futuro do investimento”, defende.

O antigo secretário de Estado Adjunto afirmou ainda ao semanário que o futuro Conselho Europeu de Inovação é “o business angel do dinheiro público” e que vai permitir dar liberdade ao inovador. Distancia-se daquilo que os habituais concursos de venture capital procuram e foca-se só no empreendedor. “É um instrumento que vai permitir as pessoas fazerem aquilo que querem e concursos em que vão mostrar o que quiserem- Pode-se misturar blockchain com saúde”, exemplificou, lembrando que a Europa tem “tão pouco capital de risco” que chega a ser “assustador”.

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