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Carlos Moedas sobre greve do Metro no arranque da Web Summit: “A culpa é de quem não se entendeu” (com áudio)

Com os metros a circularem com graves perturbações, muitos foram os participantes da Web Summit que se viram forçados a deslocar-se  de manhã para o evento dos serviços de TVDE. Questionado sobre o que será feito para assegurar a circulação do metro, Carlos Moedas afirma que “estão a ser feitos todos os esforços” de forma a poder “trazer as pessoas para a Web Summit”. 
2 Novembro 2021, 12h00

Carlos Moedas vê com “muita pena” que o arranque da Web Summit tenha coincidido com a greve do Metro, em Lisboa, afirmando ser “uma pena que o Governo não tenha conseguido resolver a situação” antes do evento.

Aos jornalistas, durante uma conferência de imprensa, esta terça-feira, no Altice Arena, o presidente eleito da Câmara Municipal de Lisboa atira as culpas desta paralisação, que teve inicio entre as 05h tendo retomado à normalidade a partir das 10:15, ao Governo frisando que o Executivo de António Costa tinha o “papel de não deixar que a situação chegasse a este ponto”.

“Acho triste que isto esteja a acontecer. A culpa é de quem não se entendeu”, afirmou.

Com os metros a circularem com graves perturbações, muitos foram os participantes da Web Summit que se viram forçados a deslocar-se de manhã para o evento através dos serviços de Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Eletrónica (TVDE), ou seja, os serviços da Uber, Bolt ou FreeNow.

Questionado sobre o que será feito para assegurar a circulação do metro, Carlos Moedas afirma que “estão a ser feitos todos os esforços”, seja em termos de disponibilização de autocarros ou de shuttles de forma a poder “trazer as pessoas para a Web Summit”.

“A questão podia ter sido resolvida antes. É uma pena. É um direito absoluto dos trabalhadores e acredito nesse direito como democrata. Mas há um papel do Governo que é de não deixar chegar a situação a este ponto”, referiu.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, E.P.E. apresentaram pré-avisos de greve para hoje e quinta-feira, em protesto contra o congelamento salarial e exigindo o preenchimento imediato do quadro operacional e as progressões na carreira.

O Metropolitano de Lisboa disse na semana passada que está “recetivo à discussão das propostas apresentadas pelas entidades sindicais, sendo as mesmas objeto de negociação”.

Trabalhadores do Metro cumpriram em 26 e 28 de outubro duas greves parciais que, segundo a FECTRANS, tiveram uma adesão elevada. Segundo a transportadora, no dia 26 a paralisação teve uma adesão de 42,62% e no dia 28 de 45,37%.

Na segunda-feira, os trabalhadores do Metro de Lisboa iniciaram uma greve às horas extraordinárias por 10 dias renováveis, contra o congelamento salarial, pela reposição de efetivos e pelas progressões na carreira.

Os trabalhadores realizaram greves parciais ao serviço em maio e junho, tendo em conta as mesmas reivindicações apresentadas para a nova paralisação.

O Metropolitano de Lisboa opera com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião). O serviço funciona das 06:30 às 01:00 todos os dias.

A greve parcial do metro coincide com uma paralisação de 24 horas dos trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, numa semana em que a capital recebe o evento internacional Web Summit, que começou na segunda-feira e termina quinta-feira.

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