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Carmo Wood investe 20 milhões para renascer das cinzas

Em outubro de 2017 o complexo industrial da empresa foi devastado por um incêndio. Menos de um ano depois, prepara-se para voltar ao ativo através de um investimento com capitais próprios e o recurso ao REPOR.
6 Agosto 2018, 12h24

A Carmo Wood é um dos exemplos de uma empresa nacional que se está a reerguer-se das cinzas, depois de sucumbir aos fogos de outubro de 2017. Contando com um investimento financeiro de cerca de 20 milhões de euros, que incluem a reposição em máquinas, edifícios, e stock, e recorrendo a capitais próprios, das seguradoras, e com a ajuda do governo – fornecida através do Programa REPOR (Sistema de Apoio à Reposição da Competitividade e Capacidades Produtivas), a empresa prepara-se para regressar ao ativo.

A Carmo Wood é uma empresa 100% nacional e familiar fundada em 1989, e que é líder de mercado na Europa e “uma referência mundial no mercado das madeiras”, refere em comunicado. No global, a Carmo Wood tem cerca de 350 trabalhadores diretos e indiretos (150 em Oliveira de Frades, sendo um dos maiores empregadores da região) e uma faturação global que ascende aos 70 a 80 milhões de euros.

Em outubro de 2017, a Carmo Wood teve o maior revés da sua história. “O fogo que fustigou Oliveira de Frades (local onde estava sedeada a maior e mais moderna fábrica da Carmo) devorou os 120 mil metros quadrados do lote industrial que acolhia os cinco pavilhões industriais e um edifício de escritórios, máquinas, mercadorias, produtos, tudo sem exceção. Foram quase 30 anos de trabalho e stocks de meses destruídos em menos de 24 horas”.

Perante a adversidade, a equipa decidiu pôr os escritórios, armazéns e fábrica da Carmo Wood em Oliveira de Frades novamente de pé. O dono da empresa, Jorge Milne e Carmo, decidiu “reconstruir depressa, maior, melhor, com mais capacidade de produção, tudo construção em madeira, solução e projeto Carmo Wood, repor os escritórios e construir os 5 pavilhões”.

As novas instalações serão inauguradas a 21 de setembro de 2018, menos de um ano após a catástrofe, “e terão a particularidade de serem totalmente em madeira, comprovando, exatamente, que a construção em madeira é o futuro e que é mais resistente a incêndios do que a maioria dos materiais utilizados”.

A Carmo Wood investiu num sistema próprio de combate a incêndios, “desenvolvido em conjunto com os bombeiros da localidade de Oliveira de Frades. Este sistema integrará 12 unidades com depósitos com capacidade de 12 mil litros e com bombas de pressão a combustão e mangueira de longo alcance que serão colocados em locais estratégicos nos 120 mil metros quadrados das duas unidades industriais”.

Paralelamente, um depósito central com 120 mil litros de capacidade de água servirá uma rede subterrânea de canalização resistente a altas temperaturas, com bomba a combustão de alta potência e pressão que servirá várias bocas de incêndio. Um grupo de seis colaboradores das empresas será especialmente treinado para operarem o sistema e o seu responsável estará em contacto com os bombeiros para coordenar com alertas que possam surgir.

A Carmo Wood acaba ainda de adquirir dois camiões tanque, um para cada uma das suas fábricas, e é a primeira empresa em Portugal a adquirir FIRELIMIT FL-02, um produto retardante altamente inovador usado ainda para combate direto ao fogo.

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