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Casas que poupam entre 75% e 90% em energia

São consideradas as casas mais sustentáveis do mundo e chegaram a Portugal em 2013. Neste momento são já 30 os projetos em curso.
5 Março 2017, 15h01

Chegou a Portugal em 2013, mas depressa conquistou os profissionais de arquitetura e construção. O Passive House é um conceito construtivo que define um padrão que é eficiente sob o ponto de vista energético, confortável, economicamente acessível e ecológico. Não se trata de um estilo ou linguagem arquitetónica. Trata-se de uma norma que assenta no desempenho dos edifícios e que obriga ao cumprimento de requisitos muito objetivos.

A Passive House é o mais elevado padrão de eficiência energética a nível mundial: as poupanças energéticas atingem entre os 75% e 90%, em comparação com os edifícios convencionais e de acordo com a regulamentação atual. As primeiras Passive Houses comemoram este ano 26 anos de existência, tendo sido construídas em 1991, em Darmstadt, na Alemanha.
João Marcelino e João Gavião são os responsáveis pela Homegrid e Associação Passivhaus Portugal e por trazerem o conceito para o nosso país. Desde então têm conseguido mobilizar e transmitir este conceito a muitos arquitetos, construtores, promotores, engenheiros, instituições de ensino e todos os que se interessam pela construção sustentável.

Neste momento existem 30 projetos em desenvolvimento em todo o país, seja para moradias, edifícios residenciais, hotéis e escritórios, alguns de construção nova e outros em reabilitações.

Através de ações de formação, a Homegrid e Associação Passivhaus Portugal, com a Academia Passivhaus, têm levado o conceito a centenas de profissionais em todo o país. “A Rede Passivhaus tem como objetivo fundamental criar as bases para um crescimento sustentado da Passivhaus em todo o território”, explica João Gavião.

A Rede Passivhaus engloba num primeiro nível a componente de projeto, com os projetistas e consultores, a componente da obra, com construtores e instaladores, e a componente das soluções, com empresas que disponibilizam produtos e soluções adequadas. Num segundo nível, com os municípios Passivhaus que oferecem benefícios aos munícipes que adotem este standard de construção, “temos ainda as plataformas de partilha, nacionais e internacionais, e por fim os centros de investigação, onde temos protocolos e parcerias com as principais universidades e institutos nacionais”, acrescenta o responsável.

Segundo João Gavião, a associação trabalha para afirmar este conceito e diferenciá-lo do que é a prática convencional, daí também a importância da certificação dos edifícios. “Porque é diferente ter um edifício preparado para ser energeticamente eficiente e garantir 20º de temperatura mínima como uma Passivhaus, e outro que foi definido numa base de 18º de temperatura mínima, como o caso do que é exigido pela regulamentação em vigor. Isto para não falar no RERU – Regime Excecional para a Reabilitação Urbana, em que nem sequer existem requisitos mínimos a ser cumpridos”, admite.

No entanto, o responsável adianta que se verifica com agrado que os requisitos regulamentares são cada vez mais exigentes para os edifícios, no que respeita à sua envolvente. Atualmente, em Portugal, com um projeto pensado de raiz para ser uma Passivhaus, não há a necessidade de ter mais isolamento térmico do que aquele que já é exigido regulamentarmente. E isto é válido para qualquer parte do território nacional.

Lei que obriga edifícios a ter consumos nulos de energia chega em 2019
“A obrigatoriedade dos NZEB, edifícios com necessidades quase nulas de energia, já a partir de 2019 e a evidência da Passivhaus como uma solução adequada para este novo paradigma, mostra que estamos no caminho certo”, salienta João Gavião.

A Passive House, ao aliar as reduzidas necessidades energéticas dos edifícios novos e existentes,  com redução de 75% a 90% das necessidades de aquecimento e arrefecimento, à produção local de energia com baixa potência instalada responde de forma custo-eficiente ao exigido pela EPBS (2010/31/EU – Diretiva Europeia sobre o Desempenho Energético dos Edifícios). “Esta é uma solução que pode ser implementada já hoje e em todo o país devido à rede Passive House existente, com profissionais e empresas que respondem às necessidades de projeto e de construção com produtos e soluções adequadas à Passive House disponíveis no mercado nacional”, conclui o responsável.

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