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Catalunha: Manuel Valls considera que independentismo está ferido de morte

O ex-primeiro-ministro de França, de origem catalã, disse numa entrevista que “não existe verdadeiramente uma solução”, mas sim um “impasse” com o resultado das eleições de quinta-feira.
22 Dezembro 2017, 10h18

O ex-primeiro-ministro francês, Manuel Valls, de origem catalã, considerou que se vive uma “espécie de impasse” na Catalunha, após os resultados eleitorais de quinta-feira, e apelou ao “diálogo” e ao abandono da agenda independentista que está “ferida de morte”.

“Não há verdadeiramente uma solução. Há um impasse”, disse Valls à France Info, entrevistado sobre as eleições regionais da Catalunha realizadas na quinta-feira.

“É preciso sair deste impasse (…) através do diálogo e do respeito. Através do abandono da agenda independentista e do diálogo entre Barcelona e Madrid”, disse Manuel Valls, atualmente deputado do LREM.

“Os independentistas perderam lugares e perderam voz e dependem de quatro deputados do partido de extrema esquerda, antissistema, anti-mercado, anti-Estado e anti-Europa. Por isso, não vai ser fácil governar”, acrescentou.

“Além do mais, a agenda independentista está ferida de morte: as empresas (três mil) abandonaram a região. A União Europeia disse claramente que não pode existir uma via independentista na Catalunha. Do lado do Estado espanhol verificou-se a aplicação de uma forma muito rigorosa o Estado de Direito”, disse Manuel Valls.

“Há um impasse preocupante. É preciso algum tempo para sarar as feridas (…) Não há outra saída a não ser o diálogo. Mas, face à realidade, o projeto independentista – e esta é a minha profunda convicção – está morto”, concluiu.

Ao conquistar 37 lugares no parlamento catalão, o partido Cidadãos tornou-se o primeiro partido constitucionalista (contra a independência) a vencer eleições autonómicas na Catalunha.

Mesmo assim, os partidos independentistas conseguiram renovar a maioria absoluta no parlamento, com a formação encabeçada pelo ex-presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, a ficar em segundo lugar (34 lugares).

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