“Sabemos que o enorme aumento de impostos do governo PSD/CDS foi feito por diminuir escalões, diminuir a progressividade fiscal, e fazer as pessoas com rendimentos mais baixos pagarem taxas mais altas de imposto. E isto foi trágico para quem vive do seu trabalho, para quem vive do seu salário, da sua pensão”, disse Catarina Martins.
“O esforço foi sempre para voltar a desdobrar os escalões do IRS, para ter justiça fiscal. Mas, como digo, o Governo, de facto, ainda não anunciou nada que se compreenda exatamente. Diz que vai desdobrar escalões, muito bem, estava no seu programa e já vem com dois anos de atraso. Em relação aos montantes, que impacto é que isso terá, quanto é que significa, ainda não sabemos nada”, acrescentou.
Catarina Martins falava aos jornalistas durante uma visita à zona do Meco, no concelho de Sesimbra, no distrito de Setúbal, para denunciar a existência de vários empreendimentos turísticos já aprovados para aquela zona de paisagem protegida e da Rede Natura.
“Nós estamos aqui na zona da praia do Meco, de várias praias, numa zona protegida da Arrábida/Espichel e da Rede Natura. E nesta zona estão neste momento previstos empreendimentos turísticos para alojar milhares de pessoas. Estamos a falar de prédios. Ou seja, o que nós hoje vemos são os pinheiros-mansos e os pinheiros-bravos. Vamos passar a ver prédios”, disse.
Para Catarina Martins, é “absurdo” que esteja prevista a construção de prédios para milhares de turistas numa zona de paisagem protegida e junto a uma aldeia, aldeia do Meco, onde residem poucas centenas de pessoas.
“É absurdo. E é contra este tipo de ataque ao meio ambiente e à sustentabilidade em Portugal que o Bloco de Esquerda também se apresenta nas autarquias. A autarquia de Sesimbra deu parecer favorável a que houvesse aqui empreendimentos muito intensivos na orla costeira. Isto é um absoluto erro. Portugal seguramente pode e deve ter turismo. Mas pode e deve ter turismo que seja sustentável, que seja equilibrado do ponto de vista ambiental e equilibrado do ponto de vista social”, defendeu.
“Transformar esta paisagem protegida, repito paisagem protegida, em betão para albergar milhares de turistas é um erro que nós pagaremos muito caro”, acrescentou Catarina Martins.
Para a líder do BE, “não pode continuar a existir um discurso ambientalista, que parece que perpassa todos os partidos, e depois, quando se tomam as decisões, as alterações climáticas e as necessidades ambientais são constantemente esquecidas, face aos interesses do grande poder económico”.
Durante a visita à zona do Meco, Catarina Martins esteve à conversa com um grupo de moradores que já entregou uma petição com mais de quatro mil assinaturas na Assembleia da República, contra a construção de pelo menos cinco empreendimentos turísticos, com cerca de duas mil camas, que já estarão aprovados para aquela zona de paisagem protegida.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com