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Governo diz à Deloitte para entregar auditoria do Novo Banco até 31 de julho

Sobre o Novo Banco e os negócio de venda de ativos imobiliários, a coordenadora do BE diz que “são negócios duvidosos e por isso é urgente conhecer a auditoria. Onde está a auditoria ao Novo Banco?”, questionou Catarina Martins. O primeiro-ministro respondeu que o auditor quis adiar a entrega, mas o Governo rejeitou.
24 Julho 2020, 11h32

A coordenadora do Bloco de Esquerda questionou António Costa sobre a ausência da auditoria ao Novo Banco que estava prevista para ser divulgada durante o mês de julho.

“Foi garantida que a auditoria seria conhecida em julho e já vamos no final de julho e não há noticias sobre a auditoria”, relembrou, acrescentando que as notícias sobre o Novo Banco que têm sido divulgadas recentemente são referentes aos negócio de venda de ativos imobiliários que, aos olhos de Catarina Martins, são uma desculpa para se injetar mais dinheiro.

“São negócios duvidosos e por isso é urgente conhecer a auditoria. Onde está a auditoria ao Novo Banco?”, questionou durante o debate do Estado da Nação esta sexta-feira no Parlamento.

Por sua vez, António Costa esclareceu que a Deloitte pediu uma prorrogação do prazo mas que em nome do Ministério das Finanças foi recusada. Espera-se que a auditoria ao Novo Banco seja entregue até ao final do mês.

“O auditor [Deloitte] que está a elaborar a auditoria pediu prorrogação do prazo, que foi recusada pelo ministro das Finanças, que insistiu que tem de ser entregue a 31 de julho”, sublinhou António Costa, que acrescentou ainda que assim que for entregue será enviada ao Parlamento.

“Nunca colocámos o nosso mandato dentro da gaveta”

Na sua primeira intervenção no debate, a líder do Bloco de Esquerda também fez questão de responder à intervenção inicial do primeiro-ministro, António Costa, que considerou que Portugal precisa de uma base de entendimento política sólida, afirmando que essa condição é indispensável com a atual crise pandémica e rejeitando “competições de descolagem” entre partidos e “calculismos” eleitorais.

Catarina Martins deu resposta ao pedido de colaboração num “roteiro de ação”, responsabilizando-o, mais uma vez, por não ter querido um acordo escrito depois das últimas legislativas, “preferiu negociar orçamento a orçamento”.

“O BE propôs um acordo há um ano”, lembrou a coordenadora do Bloco de Esquerda, numa alusão ao desafio que fez a Costa na noite das legislativas, quando tornou público o caderno de encargos do seu partido para um acordo de papel passado.

“O BE nunca esqueceu o nosso mandato de políticas de esquerda e o nosso horizonte sempre foi o da legislatura, nunca colocámos o nosso mandato dentro da gaveta”, rematou.

Depois da resposta de Catarina, foi a vez de Costa esclarecer o que queria mesmo, sublinhando que o que quer é mesmo voltar a revisitar as condições que estiveram em cima da mesa há um ano e que, naquela atura, resultaram na impossibilidade de um acordo escrito com a esquerda. Agora, as circunstâncias mudaram e até há uma nova agenda comum: o combate à precariedade.

“Não vamos discutir a historia, mas efetivamente no início da legislatura foi apresentado um conjunto de de pré-condições que sabíamos que não eram aceitáveis e por isso combinamos não assinar”. Mas. Há um mas. “As circunstâncias mudaram, e acho que temos o dever de voltar a olhar para essas condições”, diz Costa.

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