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Caterpillar ‘culpa’ a China e assusta Wall Street

Maior fabricante mundial de veículos pesados para construção ‘culpou’ o mercado chinês pelo fraco desempenho recente e pesou no sentimento dos investidores. Apesar da conjuntura macroeconómica chinesa, as ações norte-americanas têm aumentado desde o início do ano. Só o S&P 500 já subiu mais de 16% desde os mínimos do período de natal de 2018.
  • Traders work on the floor of the New York Stock Exchange (NYSE) shortly before the closing bell in New York, U.S., January 6, 2017. REUTERS/Lucas Jackson
28 Janeiro 2019, 15h02

Os três principais índices da bolsa de Nova Iorque abriram a sessão desta segunda-feira em trajetória negativa, numa semana em que as principais empresas tecnológicas vão apresentar resultados relativos ao quarto trimestre de 2018. O S&P 500 desvaloriza 0,92%, para 2.640,14 pontos; o tecnológico Nasdaq está a cair 1,41%, para 6.691,91 pontos; e o industrial Dow Jones cede 0,60%, para 24.589,32 pontos.

As (maiores) empresas tecnológicas, que têm elevado valor em bolsa,  têm forte influência no desempenho das bolsas. Neste contexto, os investidores estarão atentos aos resultados da Apple, da amazon, da Microsoft e do Facebook, e estão todas as desvalorizar. A fabricante de iPhones recua quase 2%, a Amazon perde 2,43%, a Microsoft cede 0,99% e o Facebook desvaloriza 0,74%.

O abrandamento do crescimento da economia chinesa continua a pesar no sentimento dos investidores. A Caterpillar, a maior produtora mundial de veículos pesados para construção, está a perder quase 9% depois de ter apresentado resultados fracos e de projetar um ano difícil. A agência Reuters noticia que a empresa sentiu o impacto do arrefecimento da construção no mercado chinês.

“Com a Caterpillar a culpar a China, os investidores estão à espera de ver mais empresas a fazerem o mesmo ao longo da semana”, disse Peter Cardilho, economista-chefe da Spartan Capital Secutiries, em Nova Iorque, à Reuters. “A qualidade dos resultados tem sido negativa, até agora. Mas os investidores estão a dar mais ênfase ao que uma grande empresa tem a dizer, como é o caso da Caterpillar”.

Ainda no mercado chinês, os dados mais recentes revelam que os resultados das empresas do setor industrial contraíram pelo segundo mês, em dezembro passado, devido à queda dos preços mas também por causa do decréscimo da produção fabril causada.

Com o mercado chinês a arrefecer, o que traz consequências para as bolsas mundiais, os investidores anseiam cada vez mais por um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. Recorde-se que estão marcadas novas rondas negociais entre os dois países amanhã, terça-feira, e quarta-feira, em Washington.

Apesar da conjuntura macroeconómica chinesa, a verdade é que as ações das empresas norte-americanas têm aumentado desde o início do ano. Os analistas da Reuters relatam que, por exemplo, o S&P 500 já valorizou 13,6% desde o período do natal de 2018. De resto, este índice tem registado o melhor mês desde março de 2016.

Nas matérias-primas, o preço do petróleo está em queda. O Brent, referência europeia e negociada em Londres, está a perder 2,40%, para 60,16 dólares. Por sua vez, o West Texas Intermediate, referência para o mercado norte-americano, está a tombar 3%, e está a negociar nos 52,08 dólares.

 

 

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