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CDS-PP quer adiar audição do governador até decisão sobre lei ‘anti-Centeno’

“Entendemos que o sistema não pode estar viciado, que o PS não é dono do Estado e não pode haver um clima de mais do mesmo com os mesmos a suceder a lugares que, infelizmente, nada abonam da transparência, autonomia e da liberdade dos supervisores e dos reguladores”, diz Francisco Rodrigues dos Santos.
  • António Pedro Santos/Lusa
26 Junho 2020, 12h51

O CDS-PP apresentou esta sexta-feira um requerimento para que a audição parlamentar para designação do governador do Banco de Portugal – necessária para que Mário Centeno assuma o cargo – seja marcada para depois do fim do processo legislativo que está em curso sobre regras de nomeação do conselho de administração.

“Nós entendemos que o sistema não pode estar viciado, que o PS não é dono do Estado e não pode haver um clima de mais do mesmo com os mesmos a suceder a lugares que, infelizmente, nada abonam da transparência, autonomia e da liberdade dos supervisores e dos reguladores, como é o caso do Banco de Portugal. O CDS foi muito claro desde o início: deveria haver um período de nojo que impedisse a transição automática de governante para governador”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos aos jornalistas.

O dirigente centrista considera que foi “nítido que” que o primeiro-ministro, António Costa, queria ter Mário Centeno “longe da vista mas perto da governação” e reforçou a ideia que deveria haver um período de nojo de três anos. “É incompreensível do ponto de vista da ética pública, transparência e rigor que alguém que interpelou o setor das Finanças venha agora ser regulador porque nada abona a confiança dos portugueses e das instituições, e se há setor que tem minado a confiança política é o setor financeiro e bancário”, explicou, em declarações proferidas a partir das Caldas da Rainha.

“Achamos que é um princípio ético que deve estar vertido na nossa legislação, num diploma que neste momento desceu à especialidade na Assembleia República, está a ser debatido na comissão e espero que aja uma conclusão do processo legislativo o mais depressa possível, que foram os timings delimitados pelos partidos que estão representados nessa comissão”, explicou o líder do partido à imprensa.

Por sua vez, a deputada Cecília Meireles destacou hoje, no parlamento, que o projeto-lei do PAN que determina novas regras e incompatibilidades na nomeação do governador do Banco de Portugal foi aprovado, na generalidade, e referiu que faz “todo o sentido que se perceba primeiro a vontade política do parlamento”.

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