[weglot_switcher]

CDS-PP quer “enfermeiro de família” a prestar cuidados de saúde

Os democratas-cristãos querem garantir uma maior equidade no acesso efetivo à saúde, propondo o alargamento do subsistema complementar de saúde dos funcionários públicos, ADSE, a toda a população.
29 Agosto 2019, 19h01

O CDS-PP propõe no programa eleitoral, apresentado esta quinta-feira, um reforço e alargamento do papel do “enfermeiro de família” na prestação de cuidados de saúde. Os democratas-cristãos querem garantir uma maior equidade no acesso efetivo à saúde, propondo o alargamento do subsistema complementar de saúde dos funcionários públicos ADSE a toda a população.

O partido liderado por Assunção Cristas considera que o acesso efetivo a cuidados de saúde “em tempo clinicamente adequado” depende não só da “oferta ou disponibilidade que se consiga criar”, mas também da capacidade do Estado em “diminuir eventuais barreiras económicas, sociais, organizacionais e culturais” para dar resposta às necessidades clínicas dos cidadãos.

“É fundamental identificar as desigualdades e dificuldades de acesso ao sistema de saúde, avaliando o percurso do cidadão ao longo do sistema de saúde, medindo os resultados da prestação de cuidados e de interação com o sistema nos diferentes níveis de cuidados: cuidados primários, hospitalares, continuados e paliativos. E mediante estas métricas, ajustar e melhorar a oferta à procura e necessidades clínicas não atendidas”, lê-se no programa eleitoral apresentado pelo CDS-PP.

Os democratas-cristãos defendem que tal só é possível com a manutenção do “carácter misto do sistema de saúde português”. “Deve garantir-se a articulação entre os setores público, social e privado de forma a que, em conjunto, e de acordo com as necessidades, se promova e assegure o acesso de todos os cidadãos aos cuidados de saúde de que necessitem”, indicam.

O alargamento da ADSE é uma das medidas que, segundo o CDS-PP, pode contribuir para uma maior equidade na prestação de cuidados de saúde. Os democratas-cristãos sublinham que “a ADSE deixou de ser um benefício dado pelo Estado-empregador à Administração Pública” e a ADSE é hoje “exclusivamente paga através dos descontos mensais dos beneficiários titulares”.

“Propomos por isso o alargamento da ADSE a todos os portugueses, reconhecendo o seu papel complementar ao SNS e a sua mais-valia, que deve estar disponível independentemente de se ter ou não um vínculo laboral ao Estado”, lê-se no programa dos democratas-cristãos.

O alargamento proposto vai implicar a “definição de critérios e gradualismo para que não seja posta em causa, mas antes reforçada, a sua sustentabilidade”.

O CDS-PP quer ainda alargar o modelo de Unidade Local de Saúde a todas as regiões do país, preservando a “liberdade de escolha dos utentes”, o que vai permitir “maximizar o valor dos serviços fornecidos e um melhor acesso e equidade do SNS e do sistema no seu todo”. O reforço do papel do enfermeiro de família é também outra das bandeiras do partido para as legislativas.

“Reforçaremos e alargaremos a todo o país o papel do enfermeiro de família, enquanto profissional qualificado, que integra a equipa multidisciplinar de saúde e assume a responsabilidade pela prestação de cuidados de enfermagem de proximidade, globais, a um grupo limitado de famílias, em todo os processos de vida, nos vários contextos da comunidade”, dizem os centristas no programa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.