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CDS-PP vai questionar DGS sobre necessidade de “rastreamento” dos participantes na Festa do Avante

Os democratas-cristãos consideram essencial que sejam ponderados os “efeitos colaterais” da Festa do Avante e que se salvaguarde que, em caso de infeção, as pessoas tenham estado na festa comunista ou em contacto com alguém que lá tenha estado sejam alertadas.
  • Ana Rita Bessa
    Deputada do CDS-PP no Congresso de Aveiro
31 Agosto 2020, 13h46

O CDS-PP vai entregar esta segunda-feira no Parlamento um requerimento para que a Direção Geral de Saúde (DGS) divulgue os fundamentos do parecer emitido sobre a Festa do Avante. Os democratas-cristãos consideram essencial que sejam ponderados os “efeitos colaterais” da Festa do Avante e que se salvaguarde que, em caso de infeção, as pessoas tenham estado na festa comunista ou em contacto com alguém que lá tenha estado sejam alertadas.

“Face ao facto de estar a ser tão difícil conhecer as regras da DGS para a Festa do Avante e tendo em conta que foi a própria DGS a reconhecer a complexidade da festa, não ficamos descansados apenas com a divulgação do parecer. Queremos saber como é que a DGS fundamentou essas regras e se analisou os efeitos colaterais” da iniciativa comunista, explica ao Jornal Económico a deputada do CDS-PP Ana Rita Bessa.

Num requerimento que vai ser apresentado ainda hoje a Assembleia da República, o CDS-PP vai questionar diretamente o Ministério da Saúde, que tutela a DGS, sobre a possibilidade de um dos participantes da Festa do Avante ser infetado pela Covid-19 durante os três dias de festa ou estar infetado antes e poder originar um surto da doença entre os participantes, alertando para a necessidade de se tomar medidas extraordinárias.

Para o CDS-PP, isso implica que seja ponderada a hipótese de fazer um “rastreamento” dos participantes na Festa do Avante, para garantir que, em caso de infeção, as pessoas que tenham estado em contacto com a pessoa infetada sejam imediatamente alertadas. “É preciso ter em conta que depois da Festa do Avante, os participantes vão regressar ao trabalho e levar os filhos às escolas. É importante, por isso, que esses efeitos colaterais sejam considerados”, sublinha a deputada democrata-cristã Ana Rita Bessa.

Depois de a DGS ter dito que não iria revelar o parecer, o primeiro-ministro garantiu que o parecer final da DGS sobre a Festa do Avante será esta segunda-feira revelado. “A DGS notificou ontem o PCP das regras e são divulgadas hoje no briefing normal. Vão ser divulgadas, obviamente”, afirmou António Costa à chegada ao congresso do PS esta segunda-feira, em declarações transmitidas pela TVI 24.

Ao Jornal Económico, Ana Rita Bessa diz que, com a garantia do primeiro-ministro, “parte da questão fica resolvida”. “Ainda assim, não deixa de ser estranhíssimo que o parecer da DGS não tenha sido tornado público, como tem acontecido com os pareceres que são emitidos para outras iniciativas”, referiu.

Também Marcelo Rebelo de Sousa disse que já teve a garantia do Governo que parecer vai ser divulgado nesta segunda-feira, depois de ter criticado ontem a DGS e Graça Freitas por não revelarem as regras para o evento do PCP. “A única informação que posso transmitir que me foi dada pelo Governo é que a DGS hoje divulgaria a sua posição sobre a matéria”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita ao Algarve.

O Partido Comunista (PCP) garantiu, por seu turno, que o parecer da DGS reconhece condições de segurança da Festa do Avante e comprometem-se a divulgar plano de contingência ainda esta segunda-feira.

“O parecer da DGS contém em vários domínios graus de exigência maiores relativamente à Festa do que tem estabelecido para outras iniciativas, particularmente na capacidade e lotação de recintos e espaços fixados, que contrastam seja com os espetáculos que se estão a realizar no país, seja com as feiras do livro atualmente a decorrer em Lisboa e no Porto, seja com outras iniciativas”, adiantaram os comunistas em comunicado.

No comunicado, o PCP assegura que “estão preenchidas condições de segurança iguais ou superiores àquelas que se dispõem na frequência das praias, nos numerosos espetáculos e festivais que se realizam pelo país ou simplesmente nas idas a centros comerciais”.

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