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Cellnex regista prejuízo de 30 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020

A empresa que entrou no início do ano no mercado português justificou o prejuízo com o “efeito substancial de amortizações mais elevadas e custos financeiros”, fruto do “intenso processo de aquisição e à consequente expansão da operação”. Acresceu o impacto da pandemia da Covid-19.
8 Maio 2020, 16h36

A Cellnex registou um prejuízo de 30 milhões de euros no primeiro trimestre de 2020, face aos primeiros três meses de 2019, de acordo com as contas trimestrais da maior empresa europeia de infraestruturas de telecomunicações e transmissão sem fio, enviadas esta sexta-feira à redação.

A empresa que entrou no início do ano no mercado português, depois de ter adquirido as torres de telecomunicações da NOS e da OMTEL, justificou o prejuízo com o “efeito substancial de amortizações mais elevadas e custos financeiros”. As amortizações suportadas pela Cellnex até março cresceram 91% face ao primeiro trimestre de 2019. Já os custos financeiros cresceram 34%.

O agravamento das amortizações e dos custos financeiros decorreram do “intenso processo de aquisição e à consequente expansão da operação”, indica a empresa espanhola em comunicado.

Ainda assim, nos primeiros três meses do ano a Cellnex garantiu uma receita de 358 milhões de euros, valor que representa um crescimento de 49% face à receita do período homólogo de 2019. Os serviços de infraestruturas para operadores de telecomunicações móveis contribuíram com 76% para o total das receitas, num total de 273 milhões de euros. O valor corresponde a um aumento de 71% face a março de 2019.

Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 64%, para 260 milhões de euros, “após a consolidação das aquisições de ativos feitas em 2019 em França, Itália, Suíça, Reino Unido, Irlanda, Espanha e em Portugal, já no início de 2020”.

A referida consolidação significa, “tal como anunciado na apresentação dos resultados anuais”, indica a empresa, que a Cellnex deverá continuar a apresentar um resultado contabilístico negativo nos próximos trimestres.

Para o presidente executivo do grupo Cellnex, Tobias Martinez, no “primeiro trimestre os resultados incluem o efeito da continuidade do negócio com um crescimento semelhante sustentado e a expansão significativa da empresa devido às aquisições realizadas em 2019 e nestes primeiros meses de 2020, o que se traduziu num crescimento substancial das receitas, da EBIDTA e do fluxo de caixa recorrente”.

Aos custos da expansão da Cellnex acresceu o impacto da pandemia da Covid-19. Contudo, a empresa garantiu “a continuidade e disponibilidade de todos os seus serviços”.

Já o CEO da Cellnex Portugal, Nuno Carvalhosa, defende: “Apesar da crise mundial, este foi um trimestre em que mantivemos sem disrupções os serviços aos clientes e em que apoiámos parceiros de negócio para poderem fazer face às dificuldades provocadas pela pandemia do Covid-19. Foi ainda um trimestre de crescimento forte, também pela entrada em novos mercados, como Portugal”.

O primeiro trimestre de atividade da Cellnex ficou marcado pela entrada da empresa no mercado português e por um investimento total de 919 milhões de euros.

A entrada da Cellnex em Portugal concretizou-se logo em janeiro, a aquisição das torres da portuguesa OMTEL por 800 milhões de euros. A empresa garante que a operação “dominou a quase totalidade de investimento da Cellnex nos primeiros meses do ano”.

Em abril, operadora de infraestruturas de telecomunicações e transmissão sem fio, adquiriu 100% da NOS Towering, com um investimento inicial de cerca de 375 milhões de euros e o compromisso adicional de investir até mais 175 milhões de euros para expandir a pegada geográfica. Contudo, o impacto desta operação só será sentida nas contas do segundo trimestre.

Aos custos da expansão da Cellnex acresceu o impacto da pandemia da Covid-19. Contudo, a empresa garantiu “a continuidade e disponibilidade de todos os seus serviços”.

A Cellnex conta com uma carteira de 50.000 ativos repartidos por Espanha, Itália, Holanda, França, Suíça, Reino Unido, Irlanda e Portugal. A empresa é cotada no mercado contínuo da bolsa de valores espanhola e faz parte dos índices seletivos IBEX 35 e EuroStoxx 600.

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