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Centeno considera que experiência nas Finanças e Eurogrupo é “mais-valia” para o Banco de Portugal

O agora empossado governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, diz que a experiência enquanto ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo permitiu-lhe “adquirir e amadurecer” conhecimentos e deu-lhe “bases essenciais” para “exercer com sucesso e ponderação cargos públicos”.
  • Cristina Bernardo
20 Julho 2020, 12h32

O ex-ministro das Finanças Mário Centeno considera que a experiência enquanto ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo será uma “mais-valia” no exercício das funções de governador do Banco de Portugal. Mário Centeno diz que essa experiência permitiu-lhe “adquirir e amadurecer” conhecimentos e deu-lhe “bases essenciais” para “exercer com sucesso e ponderação cargos públicos”.

No discurso de tomada de posse no Salão Nobre do Ministério das Finanças, Mário Centeno lembrou que, ao currículo académico e de quadro superior do Banco de Portugal, acrescentou, nos últimos anos, “o exercício de funções governativas, como ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo”.

“Este trajeto permitiu-me adquirir e amadurecer o conhecimento e o saber que foram as bases essenciais para exercer com sucesso e ponderação cargos públicos. Confio que esse capital que transporto comigo permitirá de igual modo assegurar o cabal cumprimento das minhas responsabilidades neste desafio”, referiu o ex-ministro, driblando as críticas de alegadas incompatibilidades na passagem de “governante a governador”.

Mário Centeno frisou ainda que o “capital” que acumulou, “desde o bancos do Quelhas aos do Harvard, passando pelos do Banco de Portugal, do Terreiro do Paço ou de Bruxelas”, constituem “uma mais-valia” que utilizará “sempre” no exercício das funções de governador.

“Na última década, Portugal passou por uma profunda transformação económica da qual fui, não só uma testemunha privilegiada, mas também ator influente. Não escondo o imenso orgulho que trago comigo desta experiência única e de a ter partilhado como muitos de vós”, disse para os ministros, deputados e presidentes de entidades públicas presentes na sala.

E acrescentou: “Acredito, como o meu percurso demonstra, que a prestação de contas, a transparência e a independência são fatores essenciais ao equilíbrio democrático e ao desenvolvimento das instituições. Mas, mais importante, levo para este novo ciclo a resiliência na ação, acompanhada pelo diálogo e pelo tempo”.

O novo governador do BdP sucede a Carlos Costa, cujo segundo mandato terminou a 8 de julho e que abandona o cargo depois de dez anos. Depois de meses de especulação, a nomeação de Mário Centeno teve lugar após a Comissão de Orçamento e Finanças (COF) ter aprovado o relatório de audição do antigo ministro, apesar dos votos contra do CDS, Bloco de Esquerda, PAN, Iniciativa Liberal e do deputado social-democrata Álvaro Almeida.

O relatório, de carácter descritivo, representava uma formalidade no processo de nomeação do governador do regulador da banca, uma vez que não tinha qualquer carácter vinculativo, mas era obrigatória por lei.

Segundo a Lei Orgânica do BdP, “a designação do governador é feita por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do ministro das Finanças e após audição por parte da comissão competente da Assembleia da República, que deve elaborar o respetivo relatório descritivo”.

A partir de Bruxelas, onde participa na reunião do Conselho Europeu que discute o Fundo de Recuperação, o primeiro-ministro enviou, antes da tomada de posse como governador, “as maiores felicidades” ao seu ex-ministro Mário Centeno. “Desejo as maiores felicidades ao Professor Mário Centeno nas novas funções como governador do Banco de Portugal”, escreveu nesta segunda-feira António Costa no Twitter.

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