[weglot_switcher]

Centeno diz que restrições do Novo Banco não são compatíveis com calendário de venda do EuroBic

“Neste momento o Novo Banco não tem condições para fazer aquisições” disse Mário Centeno, lembrando que “no futuro, o banco tem de demonstrar que tem capacidade [em termos de capital] para fazer aquisições”.
  • Cristina Bernardo
18 Maio 2021, 18h42

Questionado pela deputada do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, sobre o Novo Banco ter avançado para a compra do EuroBic, o governador do Banco de Portugal foi peremptório: “o Novo Banco está impedido de fazer aquisições até ao fim do período de reestruturação”, frisou.

“Neste momento o Novo Banco não tem condições para fazer aquisições” disse Mário Centeno, lembrando que “no futuro o banco tem de demonstrar que tem capacidade [em termos de capital] para fazer aquisições”.

O Novo Banco tem uma “aquisition ban“, o que quer dizer não pode fazer aquisições até final de 2021. Pelo que, para avançar com uma aquisição, implica antes de mais que o banco liderado por António Ramalho fique liberto pela Comissão Europeia dessas restrições.

“Não vejo que a libertação dessas restrições seja compatível com calendário de venda do EuroBic”, referiu o governador do Banco de Portugal.

Numa entrevista ao “Jornal de Negócios/Antena 1” António Ramalho já disse, quanto à eventual compra do EuroBic, que tem toda a legitimidade para comprar, se isso permitir valorizar a posição dos acionistas. Evitando alongar-se no tema deste banco, disse, no entanto, que a partir de 2022, o Novo Banco tem “toda a legitimidade para crescer e valorizar os 25% do Fundo de Resolução e os 75% da Lone Star”. O CEO do Novo Banco não confirmou no entanto o interesse no Eurobic.

Recorde-se que, no âmbito dos Compromissos com a Comissão Europeia, o Novo Banco tem entre as restrições que se aplicam até ao final do período de reestruturação (31 de dezembro de 2021), o impedimento de adquirir participações financeiras em qualquer negócio, seja sob a forma jurídica de uma empresa ou qualquer conjunto de ativos que constituísse um negócio.

O Novo Banco estudou o dossier do EuroBic, tal como avançou o Jornal Económico. Na corrida está também o Banco CTT, segundo a notícia avançada em edição anterior.

O JE noticiou que várias instituições nacionais e estrangeiras manifestaram interesse na aquisição do banco que é detido, maioritariamente, pela empresária angolana Isabel dos Santos, que viu a sua posição de 42,5% arrestada pelos tribunais.

O Novo Banco e o Banco CTT fazem parte da short-list de menos de seis candidatos à compra do EuroBic que foram convidados a passar à segunda fase das propostas, segundo avançou o JE.

O Novo Banco teve de “abandonar negócios, vender 15 operações internacionais, teve de vender a estrutura seguradora, perdeu operações. Eu espero que ninguém me venha pedir que eu fique incapaz de gerir em concorrência até 2046”, afirmou nessa entrevista o CEO do Novo Banco.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.