O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou hoje que a venda do Novo Banco ao Lone Star foi feita tendo em conta a necessidade de assegurar a estabilidade do sistema financeiro e do próprio Novo Banco, procurando ao mesmo tempo proteger os interesses dos contribuintes. Mas frisou que os riscos para o Estado e para o setor financeiro eram “enormes”, devido à forma como a resolução do BES foi feita.
“O risco que a República correu foi enorme. Ao fazer-se uma resolução com um fundo de resolução que não está capitalizado está-se a transferir para todo o sistema financeiro um risco que não era sustentável, colocando em causa não só o Novo Banco e a venda do Novo Banco, mas todo o sistema financeiro português”, disse Centeno quando questionado pelo deputado social-democrata Leitão Amaro a respeito dos compromissos que o Estado português assumiu perante o Lone Star, na venda do Novo Banco.
Centeno defendeu que os “riscos era muitos e foram criados a 3 de agosto de 2014, quando foi definido o perímetro de ativos do Novo Banco”. “Não era um banco bom”, defendeu, lembrando que o Fundo de Resolução é uma entidade pública e que o Estado tem obrigações relativas a esta entidade.
“O Estado assumiu compromissos principalmente naquilo que tem a ver com a estabilidade do sistema financeiro e na estabilidade do Fundo de Resolução. O acionista do Novo Banco é o Fundo de Resolução e é necessário garantir a solvência do Fundo de Resolução”, disse o ministro em resposta ao deputado comunista Miguel Tiago.
“As responsabilidades do Fundo de Resolução caem sobre o sistema financeiro. E o papel que o Estado teve nesta dimensão foi o de garantir essa solvência e sustentabilidade do Fundo de Resolução”, acrescentou Mário Centeno, lembrando que a venda do Novo Banco teve lugar num contexto difícil, dadas as regras europeias e a conjuntura desafiante do sistema financeiro.
Centeno realçou que tanto o Estado como o Lone Star assumiram o compromisso de manter o Novo Banco como uma instituição relevante e de referência no sistema financeiro português.
Até ao momento, o ministro recusou responder a questões sobre a polémica dos bilhetes que pediu ao Sport Lisboa e Benfica.
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