[weglot_switcher]

Centeno otimista sobre melhoria do ‘rating’ por parte da DBRS

Questionado sobre as melhorias de ratings, da descida dos spreads a 10 anos face a Espanha para cerca de 10 pontos base, Mário Centeno vincou que estes dados significam “que esse processo não está completo. A nossa expectativa é que continue essa convergência de taxas”.
23 Abril 2019, 17h22

O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse esta terça-feira à Agência Reuters que espera uma melhoria do ‘rating’ por parte da DBRS e que esse dado positivo contribua para a queda dos spreads de ‘yields’

Questionado sobre as melhorias de ratings, da descida dos spreads a 10 anos face a Espanha para cerca de 10 pontos base, Mário Centeno vincou que estes dados significam “que esse processo não está completo. A nossa expectativa é que continue essa convergência de taxas”.

Para Mário Centeno, “a indicação que a DBRS deu há duas semanas atrás de melhoria do ‘outlook’ singifica que, no curto prazo, há uma expectativa de também melhorar o rating. E é essa a tendência que esperamos para o futuro”. Note-se que a agência de notação financeira DBRS melhorou, no início deste mês, a perspetiva do ‘rating’ de Portugal de estável para positivo.

Em entrevista à Agência Reuters, Mário Centeno realçou que em 2015, “o sistema financeiro encontrava-se debilitado” e que as “condições de financiamento” estavam “longe das ideiais”. Para o ministro das Finanças, “não há nada mais democrático, no sentido de chegar a todos os portugueses, que não seja a melhoria das condições de financiamento e do rating da República Portuguesa”.

Economia com comportamento “bastante positivo”

Mário Centeno pronunciou-se ainda sobre os dados referentes ao primeiro trimestre deste ano e referiu que o Governo tem “dados bastante encorajadores”para este período: Estamos a três semanas de conhecer a primeira estimativa do primeiro trimestre, mas os dados que temos disponíveis mostram um comportamento da economia portuguesa bastante positivo”, afirmou o ministro das Finanças.

“A expectativa é que venha a reforçar-se a convergência com a UE em média no primeiro trimestre deste ano. Mantemos a previsão que fizemos”, referiu, lembrando: “desde 2015 que prevíamos este ciclo de taxas de variação, primeiro uma aceleração, depois uma desaceleração”.

 

Redução de dívida a partir de 2020

No que diz respeito à redução de dívida, o ministro das Finanças admite que Portugal tem “condições, a partir de 2020, para que o nível de dívida nominalmente, e não só em percentagem do PIB, se reduza”.

“Temos que manter um grau de exigência suficientemente grande para que nos próximos quatro a cinco anos a dívida se reduza para abaixo dos 100 pct do PIB e apanhemos o próximo grupo de países que está à nossa frente”, afirmou o ministro das Finanças.

“Deixamos de estar na cauda da Europa em termos de dívida e passamos a ter uma dívida próxima dos valores da França, da Espanha e da Bélgica”, realçou ainda Mário Centeno que defende que  Portugal deve “continuar nesse processo no futuro até que a economia portuguesa possa tomar todas as suas decisões em plena liberdade de afectação dos seus recursos internos”.

“Hoje podemos dizer aos portugueses, às novas gerações de portugueses que não se podia dizer antes: este OE não onera o seu futuro e os seus impostos futuros porque nós hoje temos um saldo equilibrado e não gastamos hoje à conta daquilo que eles vão ganhar no futuro e invertemos o ciclo negativo de emigração em Portugal”, afirmou em entrevista à Reuters.

 

 

“Consolidação orçamental não foi feita à custa de investimento público”

Em entrevista à Agência Reuters, Mário Centeno focou o investimento realçando “que a consolidação orçamental não foi feita à custa de investimento público, é exactamente o contrário disso”.

O ministro das Finanças lembrou que, no atual quadro comunitário de apoio, o PT2020, as taxas de comparticipação do Orçamento de Estado no investimento público são próximas de 85 pontos percentuais ou seja só 15 pontos percentuais do investimento público que foi executado em 2016, 2017, 2018 e em 2019 é que é financiado com fundos europeus. Mas, “durante a Legislatura anterior, esta percentagem foi de 45 pontos percentuais e nos anos anteriores era ainda maior”.

“Quando temos esta discussão que o investimento público é essencialmente alavancado por fundos comunitários isso já foi mais verdade, muito mais verdade do que é hoje”, realçou.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.