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CEO da Altice Portugal afirma que SIRESP está “em fase negocial”

Questionado esta quinta-feira sobre a possibilidade de o sinal deste sistema ser desligado, Alexandre Fonseca afirmou que “no que respeita à Altice, os portugueses podem contar com a empresa”.
  • Presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca
23 Maio 2019, 13h00

O presidente executivo da Altice Portugal disse esta quinta-feira que os acionistas do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) ainda negoceiam com o Governo situação do sistema de telecomunicações.

À margem de um evento no centro de dados da Altice Portugal na Covilhã, Alexandre Fonseca escusou-se a debater o tema SIRESP e referiu que “qualquer questão deve ser dirigida a quem está a liderar as negociações e a quem as iniciou publicamente, que foi o Governo”.

Ainda assim, quando questionado sobre a possibilidade de o sinal dos satélites de comunicação deste sistema ser desligado, o CEO da Altice Portugal afirmou que “no que respeita à Altice”, os portugueses podem contar com a empresa.

“Enquanto fornecedor tecnológico do SIRESP, a Altice Portugal reconhece a importância do serviço que presta e nunca deixará que os portugueses fiquem em situações de insegurança por serviços que estejam à nossa guarda”, disse o gestor.

O Governo admitiu recentemente estar a negociar a nacionalização do SIRESP com a Altice, atual acionista maioritária da rede. O primeiro-ministro, António Costa, disse que o acordo passa pela “aquisição da posição acionista por parte do Estado” e que deve estar fechado “nas próximas horas”.

“A sociedade [SIRESP] tem uma questão financeira com o Estado, que temos vindo a negociar no estrito limite da legalidade, não podemos pagar algo que não tem o visto do Tribunal de Contas. Não lhe quero dizer neste momento em que ponto é que as negociações chegarão a bom porto, mas estou convencido de que nas próximas horas teremos uma conclusão das negociações”, afirmou António Costa, durante o debate quinzenal de 13 de maio, na Assembleia da República.

Conforme o Jornal Económico já tinha noticiado, a administração do SIRESP tem estado a debater a dívida do Estado. Caso o Governo não salde a dívida que tem com a SIRESP S.A, detentora das infraestruturas SIRESP, a empresa diz que desligará os satélites de comunicação que funcionam como alternativa e asseguram a transmissão das comunicações em caso de falha de outros meios.

A dívida de mais de onze milhões de euros pode ditar a insolvência da empresa já em setembro. O valor da dívida diz respeito a investimentos feitos em 2018 a pedido do Governo. Especificamente, nove milhões de euros em sistemas de redundância determinados em Conselho de Ministros, oito rendas mensais de 200 mil euros e outros custos relativos à manutenção de antenas e uso de satélite.

Estes sistemas de redundância foram criados após as falhas de comunicações nos incêndios de 2017 e fazem parte de um investimento que o consórcio quer que o Governo pague, mas que o Tribunal de Contas chumbou já por duas vezes.

A SIRESP é detida em 52,1% pela PT Móveis (Altice Portugal), 33% pela Parvalorem (Estado) e 14,9% pela Motorola Solutions.

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