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CEO da Bolt defende que estacionamento de trotinetes é possível ao retirar 1% dos lugares para carros

“As cidades têm de estar dispostas a tirar estacionamentos a carros privados para os dar à micromobilidade”, sustentou Markus Villing, CEO da Bolt, na Web Summit.
3 Novembro 2021, 12h06

O CEO da Bolt defendeu na manhã desta quarta-feira, 3 de novembro, na Web Summit que deve existir uma melhor mobilidade nas cidades, e para isso é necessário criar mais espaços para as trotinetes e uma aposta mais abrangente para as deslocações.

A Bolt é atualmente uma das maiores plataformas de entregas em Portugal, estando presente no mercado nacional a partir do car-sharing, ride-hailing e agora Bolt Market.

Markus Villing, fundador e CEO da empresa, apontou no pavilhão AutoTech que é fácil criar parqueamento para a micromobilidade, em vez dos cidadãos deixarem as trotinetes espalhadas pela cidade, como muitos se têm queixado.

“Converter 1% dos lugares de estacionamento significaria estacionar facilmente centenas de trotinetes. E isso vai acontecer, é uma questão de tempo”, defendeu.

“As cidades têm de estar dispostas a tirar estacionamentos a carros privados para os dar à micromobilidade”, sustentou.

Para o CEO, o que o levou a desenvolver a Bolt aos 19 anos de idade e a expandi-la para uma empresa mundial foi a construção de melhores cidades. “Existem demasiados carros privados, por isso devemos retirar as pessoas dos carros privados. Daí termos uma plataforma que junte todas as viagens para satisfazer os consumidores”.

“Não conseguimos fazer caber mais carros nas cidades, e as grandes cidades estão a aperceber-se disso, daí a necessidade de apostar em outras mobilidades, que ocupam menos espaço e poluem menos”, considerou.

Villings deu mesmo o exemplo de cidades europeias que, durante a pandemia, optaram por fechar os transportes públicos em prol da segurança sanitária dos cidadãos, levando-os a apostarem nas plataformas de viagens.

Abordando o tema pandemia, o CEO lembrou que não é fácil ser o responsável de uma empresa neste momento, dadas as dificuldades de motivar as equipas numa altura de perda de rendimentos. Ainda assim, lembrou que muitos motoristas conseguiram alterar a sua função dentro da própria app, migrando do car-sharing para o Bolt Food.

“Os motoristas estão agora a ganhar mais do que nunca na Europa. Os preços das viagens também estão mais altos, levando a maiores receitas”. “Mesmo durante este tempo difícil conseguimos crescer, e isso mostrou que somos um negócio sustentável”, disse Villings.

Questionado sobre a nova regulação do Conselho de Ministros, onde o Governo aponta a contratação de motoristas como empregados, Villings apontou a necessidade de apoiar as duas visões: a de quem quer ser motorista a tempo inteiro e descontar e a de quem o quer fazer apenas nas horas vagas para ganhar apenas mais um bocadinho. “Tem de haver forma de apoiar quem quer ser empregado a tempo inteiro da Bolt e quem o faça apenas em part-time”, sustentou.

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