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CEO da Science4you: “Da próxima vez vamos cometer menos erros e ser mais rápidos”

Miguel Pina Martins salientou ao JE que após a empresa de brinquedos não ter conseguido fazer o ‘listing’ na Bolsa de Lisboa, “a única coisa que muda é que se calhar em vez de crescermos 50% como se tinha previsto, vamos ter de crescer a 10% ou a 15%, mas faz parte, não é o fim do mundo e não é um problema gigantesco”.
  • Cristina Bernardo
17 Janeiro 2019, 07h49

A entrada da Science4you na Bolsa de Lisboa falhou devido ao “mau timing” da operação, mas a empresa não fecha a porta a uma nova tentativa e entretanto vai manter o plano estratégico de crescimento centrado no e-commerce, embora provavelmente a um ritmo mais lento do que esperado anteriormente, afirmou Miguel Pina Martins, CEO da empresa de brinquedos didáticos.

Em comunicado divulgado no site da CMVM esta quarta-feira, a empresa informou que não conseguiu assegurar com um intermediário financeiro um contrato de liquidez que era crucial para o sucesso da Oferta Pública de Venda, deitando por terra a tentativa de entrada em bolsa.

“Isto não é um abandonar da ideia. Achamos que é possível fazer, mas sobretudo tivemos azar com o timing. Neste momento é o sentimento que fica, obviamente aprendemos, sabemos que da próxima vez, quando o fizermos iremos cometer menos erros, iremos ser mais rápidos e escolher um timing um bocado diferente, porque este processo acabou por entrar pelo Natal na primeira fase, que era a mais importante”, sublinhou Pina Martins ao Jornal Económico em entrevista telefónica.

A oferta da Science4you começou no dia 28 de novembro e tinha como data limite 14 de dezembro. Inicialmente previa-se que a estreia das ações em bolsa ocorresse no dia 21 de dezembro. No entanto, a 14 de dezembro a empresa anunciou o prolongar da OPV até ao dia 1 fevereiro, com vista a uma estreia na bolsa a 8 de fevereiro. Nessa altura, a empresa liderada explicou, numa adenda ao prospecto enviada à CMVM, que o pedido de prolongamento da oferta estava sustentado na celebração de um contrato de liquidez com um intermediário financeiro.

O cancelamento da OPV acontece após, nos últimos três meses, duas empresas terem retirado operações de mercado por falta de procura de títulos. A primeira foi a Sonae MC, que desistiu da operação de entrada em bolsa, depois foi a vez da Vista Alegre que tinha uma operação de aumento de capital, cujo objectivo era elevar a dispersão de capital e ascender ao PSI-20, e que também acabou por desistir por causa das “condições do mercado”.

Foco continua no e-commerce

Pina Martins explicou que o plano estratégico da empresa permanece inalterado. As prioridades são as mesmas, o e-commerce continua a ser prioritário e é aí que nos vamos focar para continuar a fazer a Science4you crescer nesta caminhada que faz 11 anos no final do mês e esperemos que sejam mais 11″.

O CEO salientou, no entanto, que a “única coisa que muda é que se calhar em vez de crescermos 50% como se tinha previsto, vamos ter de crescer a 10% ou a 15%, mas faz parte, não é o fim do mundo e não é um problema gigantesco”.

Referiu ainda que o plano de investimento não deverá ser tão forte como a empresa tinha inicialmente previsto, porque a OPV incluía também um encaixe de 8 milhões de euros via um aumento de capital.

Questionado sobre as reações dos acionistas, que incluem o Millennium Fundo de Capitalização, a Portugal Ventures e o Banco Europeu de Investimento, Pina Martins recordou que na OPV iam,  vender uma parte nenhum ia sair por completo.

O CEO adiantou que a Science4you vai analisar outras fontes de financiamento mais tradicionais, nomeadamente aumentos de capital, financiamentos bancários e outras opções.

“Vamos estudar essas opções, apesar de não ser necessário de forma urgente, para eventualmente por em marcha o plano de crescimento da empresa mais ambicioso. Mas também se não acontecer, a vida continua, a empresa está cá e esperemos que continue durante muito tempo com os planos e com as fontes de financiamento que tem. Isso não é problemático”, concluiu.

https://jornaleconomico.pt/noticias/science4you-falha-entrada-na-bolsa-de-lisboa-398623

 

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