“Só podemos responder de forma qualitativa, porque somos cotados”, começou por explicar o CEO dos CTT, questionado sobre números concretos da quebra de rendimentos que a empresa admitiu, a 6 de abril, nos negócios do correio, das encomendas business-to-business e dos serviços financeiros.
“Tivemos no correio uma quebra muito substancial da procura”, adiantou. “No expresso há duas divisões, o B2B e o B2C (business-to-consumer). No B2B, com o retalho fechado, obviamente baixou muito, não há lojas para abastecer. O B2C está a explodir e portanto estamos com níveis crescentes, muito, muito acima do que seria normal”.
João Bento acredita que é um crescimento que irá continuar, portanto um tendência estrutural. “O recuo do B2B não deverá ser estrutural, portanto boas notícias dos dois lados”, explicou, adiantando que, por outro lado, a queda do correio “há de ter algo de estrutural”. “A nossa expectativa é que o correio regressa a níveis próximos a que tínhamos antes, mas estruturalmente abaixo”, vincou.
O CEO referiu que os CTT continuam a lançar iniciativas para promover o negócio B2C, subinhando que a novidade de uma parceria com a Well’s idêntica à ja tinha com as farmácias para a entrega de medicamentos em todos o país será seguida de outra, na próxima semana, dedicada ao comércio local.
Adiantou que no Dott, o marketplace criado pelos CTT em parceria a Sonae, a empresa acelerou o onboarding das lojas online e com uma resposta surpreendemente positiva. “O número de lojas online, por alto, tínhamos ao fim das primeiras três semanas cerca de 800 lojas que estão a construir o catálogo ou já a transacionar”.
“São muitas PME, mas também grandes empresas”, vincou. “À semelhança do que se fez com a Well’s da Sonae, há outras grandes marcas que nunca estiveram em marketplace e resolveram vir para o Dott”.
João Bento explicou, no entanto, que o enquanto o crescimento é uma boa notícia no plano qualitativo, “mexe relativamente pouco no nosso bottom line”.
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