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CGD admite que não vai vender em 2020 tantas carteiras de crédito malparado como no passado

O banco do Estado realçou que “a Caixa nunca teve, nos últimos anos, uma exposição à dívida italiana tão baixa”. O banco fez questão de dizer ao Jornal Económico que “temos tido uma procura muito grande empresas pelas linhas Governamentais, tanto na Capitalizar Covid-19, como também nas linhas sectoriais”.
  • Paulo Macedo
3 Abril 2020, 15h27

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) admite que não vai vender tantas carteiras em 2020, mas lembra que em três anos conseguimos recuperações muito boas. Em resposta às perguntas do Jornal Económico, o banco liderado por Paulo Macedo refere que “quanto às carteiras de crédito, não vamos vender em 2020 tanto como nos anos anteriores porque nos últimos 3 anos conseguimos recuperações muito boas”.

Por outro lado o banco do Estado já admitiu que “a Caixa nunca teve, nos últimos anos, uma exposição à dívida italiana tão baixa”, sem no entanto detalhar. Isto ganha relevo numa altura em que se questiona se os países mais endividados não irão entrar numa espiral de dívida pública com o brutal aumento da despesa do Estado para ajudar a economia. Apesar da ‘bazuca’ de liquidez do BCE anunciada recentemente – um programa de compra de ativos, no valor de 750 mil milhões de euros, destinado a estimular as economias bastante castigadas pela Covid-19 – há o medo de uma descida do rating dos países mais endividados que afetaria o valor dos títulos nas carteiras dos bancos.

Questionada sobre se os bancos vão ter mais tempo para reduzir os rácios de NPL e se a meta dos 5% foi adiada, a Caixa diz que já estava abaixo dos 5% em NPL no final do ano passado.

O banco fez questão de dizer que “temos tido uma procura muito grande empresas pelas linhas Governamentais, tanto na Capitalizar Covid-19, como também nas linhas sectoriais”.

A instituição financeira relembrou que “o foco do banco, neste momento é a segurança dos seus colaboradores e o serviço aos clientes, com mais de 500 agências abertas em todo o território nacional”.

A CGD já confirmou que a comissão executiva, liderada por Paulo Macedo, já ouviu o Governo e vai recomendar ao conselho de administração que proponha não distribuir dividendos relativos ao exercício de 2019 em assembleia geral. Em declarações ao Jornal Económico, fonte oficial do banco do Estado revelou que “em linha com a orientação do Banco Central Europeu (BCE) divulgada no passado dia 27, auscultado o Acionista,  a Comissão Executiva da CGD vai recomendar ao Conselho de Administração que proponha em Assembleia Geral a integração em reservas livres da totalidade do resultado liquido distribuível de 2019, permitindo assim a sua incorporação integral nos rácios de capital da Caixa. Deste modo a CGD reforça a sua capacidade para apoiar as famílias e as empresas nesta conjuntura particularmente exigente”. A assembleia geral ainda não está marcada, mas costuma ser realizada em maio.

Em janeiro, aquando da conferência de imprensa que seguiu à apresentação dos resultados de 2019, Paulo Macedo disse que iria propor o pagamento de cerca de 300 milhões de dividendos ao Estado, acionista único do banco.

Depois de o Governo ter anunciado o país também iria ter moratórias para o crédito, a CGD deu o pontapé de saída e avançou com moratórias de seis meses para os créditos pessoais, da casa e também nos financiamentos concedidos às empresas.

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