Paulo Macedo anunciou um resultado líquido de 496 milhões de euros o que compara com 52 milhões em 2017. Este lucro originou um ROE de 6,6%. O banco lembrou que faz parte das metas para 2019 uma rentabilidade dos capitais próprios acima de 7% e de mais de 9% para 2020.
Mas na comparação trimestral, a Caixa teve menos lucros no quarto trimestre face ao anterior (126 milhões versus 175 milhões).
O resultado consolidado anual foi suportado pelo resultado de exploração core que progride 14,6% face a 2017 para 726 milhões de euros, com subida da margem financeira em Portugal, aumento das comissões e redução dos custos operativos. Os proveitos Core (Margem + Comissões) crescem 7%.
As operações internacionais contribuíram com 155 milhões de euros.
O nível de eficiência da CGD progrediu positivamente, com o cost-to-income a ficar em 52%. Para 2019 a gestão quer um rácio de eficiência abaixo de 50%, e são ainda mais ambiciosos ao querer um cost-to-income abaixo de 43% em 2020.
“Há uma redução de custos com pessoal, mas há também uma redução significativa das amortizações e há uma redução significativa no Fornecimentos e Serviços Externos – em todas as rubricas (rendas, electricidade, energia)”, disse Paulo Macedo que anunciou uma redução de custos de 100 milhões de euros em todas as rubricas.
Este nível de rentabilidade ( ROE de 6,6%) reflete a evolução da margem financeira que subiu 2,1% face a 2017, alcançando 731 milhões, diz a Caixa. No entanto foi afetada por efeitos contabilista adversos em Angola e Macau, e por isso a margem financeira consolidada reduziu-se 2,9%, fixando-se em 1.204,8 milhões de euros.
Nos resultados de serviços e comissões a CGD teve uma subida de 2%. As comissões somaram 474 milhões no ano. Ainda assim uma redução de 83% nos resultados de operações financeiras levou o produto bancário a cair no ano.
A Caixa apresenta uma melhoria da qualidade dos ativos com o rácio de NPL a reduzir para 8,5% e reforço do nível de cobertura para 63,5%. O objetivo para 2020 no plano estratégico é abaixo de 7%, mas a gestão de Paulo Macedo quer menos de 5% nesse ano.
O custo do risco do crédito situou-se em 0,21% “confirmando a qualidade de ativos da CGD, bem como o seu nível de cobertura”, diz a instituição.
No âmbito da execução do plano de desalavancagem o grupo Caixa alienou em 2018 um conjunto de imóveis recebido em dação de crédito e propriedades de investimento bem como vendeu carteiras de crédito NPL “sem registo de menos valias” face ao valor de balanço (pós-imparidades).
Em 31 de dezembro de 2018 os imóveis detidos para venda tinham um valor de 766 milhões de euros, o que compara com 1.025 milhões um ano antes. A cobertura de imparidade é de 44%.
Sobre a venda de carteiras de crédito, Paulo Macedo, assumiu que o foco vai ser vender créditos detidos há mais tempo, os mais antigos, tal como o fizeram em 2017 e 2018.
“Não se trata de reduzir apenas NPL, trata-se de melhorar a carteira de modo a proteger mais a CGD”, adiantou. Paulo Macedo lembrou a nova legislação que afeta mais os países que têm elevado stock de NPL.
O banco reduziu em 2,7 mil milhões a carteira de NPL em 2018. O montante que o banco está a pensar reduzir em 2019 é de 1,5 mil milhões de euros.
Em termos de capital o banco tem um rácio de CET1 de 14,7% quer em fully loaded, quer em phased-in.
A CGD salientou a a geração orgânica de capital, que desde 31 dezembro de 2016 teve um impacto positivo de 260 pontos base.
Balanço da CGD
A venda de carteira de crédito altera a arquitetura do Balanço do banco.
A carteira de crédito a clientes totalizou 54.926 milhões de euros em termos brutos em 2018 e 51.589 milhões de euros em termos líquidos, o que correspondeu a uma redução de 8,2% e 6,6%, respetivamente, face ao final de 2017.
De referir que a nova produção registou uma forte progressão, mas que, contudo, não foi suficiente para contrariar a redução da carteira, fortemente influenciada pelas vendas de NPL’s, bem como pelos significativos reembolsos de crédito por parte de entidades públicas (cerca de 1.000 milhões de euros).
O crédito a clientes em Portugal reflete redução de NPL e reembolsos de entidades públicas, mas o crédito performing regista crescimento, sem esses itens, de 1,4%.
A nova produção de crédito habitação na CGD Portugal totalizou 1.558 milhões de euros, mais 328 milhões de euros (+26,7%) que em dezembro de 2017.
O crédito a empresas (performing) excluindo setores de construção e imobiliário CGD Portugal subiu 5,4% (+446 milhões).
Os depósitos de clientes diminuíram 164 milhões de euros (-0,3%), evolução mais que
compensada pelo comportamento positivo da captação fora de balanço (+ 677 milhões de euros).
Os recursos de bancos centrais e instituições de crédito reduziram-se em 2.284 milhões de euros (-56,5%), variação mais que justificada pela amortização antecipada de 3 mil milhões de euros em financiamento junto do BCE.
No final de 2018, a CGD e o Caixa-Banco de Investimento haviam liquidado integralmente as respetivas responsabilidades perante esta entidade.
No mercado nacional, a CGD manteve a sua posição de liderança tanto nos depósitos totais, que cresceram 1,8%, com uma quota de 26%, como nos depósitos de particulares, com 29%
(atualizada)
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