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CGD emite 500 milhões de euros em dívida a cinco anos a 1,25%

A Caixa Geral de Depósitos realizou hoje uma emissão de dívida sénior não preferencial (senior non preferred), no montante de 500 milhões de euros, com o prazo de 5 anos e uma taxa de juro de 1,25%.
18 Novembro 2019, 16h43

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi esta segunda-feira no mercado para se financiar em 500 milhões de euros em títulos de dívida sénior não preferencial a cinco anos, confirmou o banco público.

A CGD emitiu dívida sénior não preferencial de 500 milhões a 1,25%. A procura foi sete vezes superior à oferta e foi a primeira emissão deste tipo de dívida realizada por um Banco Português, no seguimento da aprovação do seu enquadramento legal.

A emissão insere-se no plano de financiamento definido para o cumprimento dos requisitos de MREL (Minimum Requirements for own funds and Eligible Liabilitiues) fixados pelo Banco de Portugal, conforme decisão do Conselho Único de Resolução. Trata-se da primeira emissão deste tipo de dívida realizada por um Banco Português, no seguimento da aprovação do seu enquadramento legal.

A emissão foi colocada exclusivamente junto de investidores institucionais, na sequência do roadshow que teve lugar nos dias 14 e 15 de novembro em Lisboa, Paris e Londres, durante o qual a CGD realizou reuniões com cerca de 40 investidores.

A CGD diz que ao todo o livro recebeu cerca de 220 ordens, ultrapassando os 3.500 milhões de euros, pelo que a procura foi mais de 7 vezes superior à oferta disponível de apenas 500 milhões de euros. Na distribuição geográfica da colocação junto dos investidores destacaram-se o Reino Unido (28%), França (16%), Portugal (16%), Holanda (8%), Espanha (8%), e Itália (7%). Por tipo de investidores salienta-se as gestoras de ativos, que tomaram mais de 70% do total da emissão.

Esta emissão é a terceira colocada nos mercados de dívida internacionais desde o início da implementação do Plano Estratégico 2017-2020, todas com diferentes níveis de subordinação, melhorando o perfil de risco da Caixa. A receção e interesse manifestados por parte dos investidores refletem a evolução positiva registada pela CGD na implementação do Plano, nomeadamente pela melhoria de rentabilidade, solvabilidade e qualidade dos ativos, traduzindo-se numa significativa diminuição do custo de financiamento da CGD.

A emissão foi hoje noticiada em primeira-mão pela agência financeira Bloomberg, que adiantava que procura mais do que duplicou a oferta, superando os 2,5 mil milhões de euros. A operação, segundo a Bloomberg, foi conduzida por cinco bancos: CaixaBank, HSBC, Morgan Stanley, NatWest Markets e Société Générale.

É a primeira vez que o banco público foi ao mercado desde junho de 2018, no âmbito do processo de recapitalização de 4,9 mil milhões de euros. Daquele valor, 3,9 mil milhões de euros vieram do Estado, sendo que 2,7 mil milhões de euros foram através de injeção de dinheiro, e foi ainda acordada uma emissão de mil milhões de euros de dívida, essencial para que a operação não fosse considerada ajuda do Estado.

Em 21 de junho, a CGD emitiu 500 milhões de euros em dívida ‘Tier 2’ a contar para o reforço de capital. Em comunicado enviado, na altura, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Caixa indicou que a emissão tinha um prazo de 10 anos, com opção de reembolso antecipado pelo banco no final do quinto ano a uma taxa de juro de 5,75% nos primeiros cinco anos, segundo avançou a Lusa.

Essa emissão foi colocada exclusivamente junto de investidores institucionais, sobretudo gestores de ativos, tendo sido a última etapa do reforço do capital da CGD, acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia em 2017.

A primeira parte da emissão de dívida foi realizada em 23 de março de 2017, no valor de 500 milhões de euros, a uma taxa de juro de 10,75%, tendo ficado a segunda parte da emissão agendada para 2018.

  • Com Agência Lusa
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