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Chairman da TAP rejeita que TAP estivesse a ser “engordada”

Miguel Frasquilho reconheceu que houve um “crescimento em termos operacionais maior que o previsto no plano estratégico”, com a TAP a ter mais 17 aviões no final de 2019 face ao que estava previsto, lamentando somente que não tenha havido “correspondência em termos de resultados financeiros”.
  • Cristina Bernardo
25 Junho 2020, 08h19

O chairman da TAP rejeita a possibilidade que a TAP estivesse a crescer desproporcionalmente através da compra de aviões.

A companhia aérea portuguesa tinha previsto chegar ao final de 2019 com 88 aviões, mas superou esta marca, atingindo as 105 aeronaves. “A TAP estava a ser engordada? Não tenho esse entendimento”, disse Miguel Frasquilho no Parlamento na quarta-feira.

“Houve um crescimento em termos operacionais maior que  o previsto no plano estratégico. Infelizmente, não teve a correspondência em termos de resultados financeiros”, conforme previsto no “plano de negócios aprovado em 2017”, afirmou em audição na comissão parlamentar de economia.

O tema dos aviões da TAP foi abordado pelo ministro da tutela a 19 de maio no Parlamento. Na altura, Pedro Nuno Santos criticou a compra dos aviões que não estavam previstos. “O plano estratégico não foi cumprido pela gestão. Temos mais 15-17 aviões do que estava no plano estratégico”, disse então o ministro das Infraestruturas citado pelo Jornal de Negócios.

“A justificação que a TAP estava numa fase de investimento para os resultados ignora o facto de que o plano estratégico e os orçamentos apresentados prometiam já lucro em 2018 e 2019, o que acabou por não acontecer”, disse.

O ministro apontou então que o plano estratégico da empresa foi definido em conjunto entre os acionistas privados e o Estado, mas que o acionista Estado não tinha “poderes nos leasings dos aviões”, com muitos destes a serem “alugados à Azul, do nosso sócio da empresa”, afirmou, referindo-se a David Neeleman, fundador da companhia aérea brasileira que detém 67% das ações com direito a voto.

A TAP é detida em 50% pelo Estado português, com a consórcio privado Atlantic Gateway, que pertence aos empresários norte-americano David Neeleman e o português Humberto Pedrosa, a deter 45%.

Miguel Frasquilho apontou que a TAP não se limitou a criar novas rotas e que ponderou bem antes de começar a voar para novos destinos. Deu o exemplo da capital da Argentina, Buenos Aires, para onde a companhia previa começar a voar em 2019. Perante o agravamento da situação económica na Argentina, a companhia aérea recuou na sua intenção. No entanto, usou estes recursos para começar a voar para a cidade norte-americana de São Francisco, rota que abriu em 2019.

O gestor também foi questionado durante a audição sobre a reposição de vários voos. Em relação ao voo Caracas-Funchal, o responsável apontou que a “situação está muito complicada”, referindo-se à tensão política existente entre o Governo português e o regime de Nicolas Maduro.

Em relação ao voo direto para a África do Sul, Miguel Frasquilho apontou que o voo para Joanesburgo já não vai voltar, mas que a companhia estava a preparar lançar uma “rota nova para a Cidade do Cabo, a iniciar em novembro”.

No entanto, perante a pandemia da Covid-19, o chairman da TAP admite que a rota poderá não ser inaugurada em novembro, apontando que as “autoridades sul africanas vão restringir bastante as fronteiras até ao final do ano”.

No Parlamento, Miguel Frasquilho também anunciou a reabertura de mais rotas da TAP no Porto: a rota Porto-Nova Iorque foi antecipada de agosto para julho, com as rotas para Milão e Zurique a serem reabertas em agosto. Já a rota para Amesterdão arranca em setembro, avançou.

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