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‘Champions’ em Lisboa. Manchester City: ‘dream team’ de 2,7 mil milhões procura salvação em Lisboa

A turma orientada por Pep Guardiola tem muito talento à disposição e, frente ao Olympique de Lyon, vão procurar passar da teoria à prática. Os investimentos vindos das arábias têm feito estragos na Premier League, havendo mesmo quem considere que os ‘citizens’ competem de forma ilegal no mercado de transferências.
  • Bernardo Silva (Manchester City)
12 Agosto 2020, 18h10

Atualmente o Manchester City é o clube com o plantel mais valioso do mundo. Depois de conquistar todos os títulos a nível doméstico, tem procurado ano após ano, consolidar o seu lugar entre a elite do futebol europeu, tarefa que não tem sido fácil. Conquistar a Liga dos Campeões é o principal objetivo do clube que, depois de perder nas meias-finais frente ao Tottenham no ano passado, e a Premier League este ano para o Liverpool FC, esperam terminar a época em grande juntando a “orelhuda” à Taça da Liga (Carabao Cup) já conquistada.

A turma orientada por Pep Guardiola tem muito talento à disposição e, frente ao Olympique de Lyon, vão procurar passar da teoria à prática. Os investimentos vindos das arábias têm feito estragos na Premier League, havendo mesmo quem considere que os ‘citizens’ competem de forma ilegal no mercado de transferências, algo que a UEFA considerou validou, impedindo o clube de disputar as competições europeias numa primeira fase, mas que depois do clube apresentar recurso, voltou com a decisão atrás, deixando apenas a multa de 10 milhões de euros.

À partida, o encontro com o Lyon não irá representar grandes problemas ao Manchester City que, no campo teórico, conseguirá atingir as meias finais sem grandes problemas. Ainda assim, no futebol os encontros apelidados de “David contra Golias”, são atualmente uma constante, não sendo por isso de descartar uma possível surpresa do conjunto francês que não tem nada a perder.

Quinto clube mais valioso do mundo reflete investimentos do petróleo

Propriedade do ‘City Football Group’ – grupo de investimentos que consiste num tridente chinês, norte americano e árabe, o Manchester City a partir da viragem do século começou a posicionar-se como um dos principais clubes do mundo, não só a nível desportivo como também a nível financeiro.

De acordo com a “Forbes”, o clube está avaliado em 2,7 mil milhões de euros, sendo atualmente o quinto clube mais valioso do mundo. O total de receitas anuais do clube está cifrada nos 574 milhões de euros.

O Manchester City tem também um dos acordos mais valiosos ao que aos direitos televisivos diz respeito, 932 milhões de euros, ao qual se juntam as receitas provenientes da venda de produtos do clube (847 milhões de euros e receitas dos dias de jogo (245 milhões de euros).

Acordo de dez anos com a Etihad chega ao fim

Entre os principais patrocinadores dos ‘citizens’, destaca-se a marca de artigos desportivos alemã, Puma, que a partir da temporada 2019/20 passou a ser a fabricante oficial dos equipamentos do clube de Manchester, ao pagar 72 milhões de euros por época ao vice-campeão inglês.

Num acordo que começou em 2009 e que vai terminar na presente temporada, outros dos principais patrocinadores do Manchester City foi a companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, Etihad Airways. A companhia aérea que também dá nome ao estádio dos ‘citizens’, pagou em 10 anos 286 milhões de euros ao clube de Manchester, sendo que nas últimas temporadas, devido aos títulos conquistados, desembolsou 99 milhões de euros, segundo o portal “Statista”.

O fim do acordo entre a Etihad e o Manchester City abre as portas para um patrocinador, ainda que uma possível renovação não esteja fora de questão. Os entraves que se colocam à respetiva renovação do acordo prendem-se com as perdas, significativas, da companhia aérea devido à pandemia de Covid-19, sendo certo que, caso decidam avançar para a renovação, os valores nunca serão os mesmos.

Gastar sem olhar a meios

Sem surpresa, o Manchester City é um dos clubes que mais gastou em transferências nas últimas duas décadas. Quer seja em guarda-redes, defesa, meio-campo ou no ataque, os ‘citizens’ lideram a lista dos clubes mais gastadores, de acordo com o “TransferMarkt”.

Para a presente temporada, depois de vencerem o titulo da Premier League, Pep Guardiola achou que o plantel não era ainda suficientemente bom e profundo e decidiu ir ao mercado buscar seis jogadores, no valor total de 166 milhões de euros, dos quais se destaca a contratação do internacional português, João Cancelo, à Juventus por 65 milhões de euros.

A nível de vendas, o clube também teve um mercado de transferências agitado, apesar de considerar os jogadores vendidos como “dispensáveis” para as aspirações domésticas e europeias da equipa. No total, o Manchester City vendeu cinco jogadores por 68 milhões de euros. Adicionalmente, mais cinco jogadores saíram a custo zero, entre eles o ex-capitão Vicent Kompany.

Posse de bola, qualidade técnica e pressão alta: As armas de Guardiola

Com tanta qualidade no plantel, é difícil destacar apenas um ou dois jogadores. A época fantástica de Kevin de Bruyne, a veia goleadora incessante de Sérgio Aguero, ou a criatividade de Bernardo Silva, David Silva e Phil Foden, fazem do Manchester City um dos clubes mais fortes da últimas décadas.

O treinador, Pep Guardiola, dispensa apresentações. Nos clubes por onde passou ganhou tudo o que havia para ganhar, mas apenas no Barcelona conseguiu levantar a “orelhuda”, por duas vezes. O catalão, tudo fará para entrar na história do clube inglês, conquistando o primeiro troféu europeu do clube.

O encontro frente ao Lyon será um dos mais “acessíveis” que o Manchester City terá de enfrentar na caminhada até à final da Liga dos Campeões, mas no papel não se ganham jogos, o clube terá de mostrar em campo a sua superioridade. Como sempre, avinha-se um jogo de pressão alta e posse bola, como já é característico das equipas de Guardiola.

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