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Chave de capital vai ser a “âncora” do reinvestimento do BCE em dívida

Depois de acabar a compra de ativos, no fim do ano, o BCE irá recolocar no mercado os montantes recebidos de ativos que atingem as maturidades. Os pormenores ainda não são conhecidos, mas Mario Draghi explicou que a base se vai manter na chave de capital.
  • Kai Pfaffenbach/Reuters
26 Julho 2018, 20h09

O Banco Central Europeu (BCE) vai terminar o programa de compra de ativos da zona euro, no fim de dezembro deste ano, mas vai manter-se no mercado enquanto investidor em dívida através da política de reinvestimentos. Apesar de não ter dado pormenores, o presidente da instituição Mario Draghi afirmou que a base da estratégia – a chave de capital – vai manter-se a mesma.

“Não discutimos de todo a política de reinvestimentos, mas posso dizer que a chave de capital vai continuar a ser a nossa âncora para os reinvestimentos”, disse Draghi, após a reunião de política monetária do BCE, esta quinta-feira.

O BCE compra atualmente 30 mil milhões de euros em ativos por mês, um volume de aquisições que continuará até setembro.  No último trimestre do ano, vai passar para metade, ou seja, 15 mil milhões de euros, de acordo com o plano que foi anunciado em junho e que está condicionado a novos dados económicos que o BCE receba.

“As compras líquidas irão nessa altura acabar”, referiu o banco central, sublinhando que “tenciona manter uma política de reinvestimentos”. Esta fase consiste em recolocar no mercado, comprando dívida, os montantes recebidos de ativos que atingem as maturidades, mas os pormenores ainda não são conhecidos.

E ainda não terão sido debatidos pelo Conselho de Governadores, segundo Draghi, que apontou apenas para a chave de capital.

Esta determina o limite máximo de capital de cada país que o BCE pode adquirir, com base no tamanho da economia. O país com maior peso é a Alemanha (que tem a maior economia e é o país mais populoso), sendo que do total de dívida adquirida pelo BCE, até 18% pode ser alemã. Em sentido contrário, a dívida do Chipre pode representar apenas 0,15% do total.

No caso de Portugal, a dívida nacional pode chegar a 1,74% de todos os ativos comprados pelo BCE. Em maio, a instituição comprou 568 milhões de euros em dívida pública portuguesa, um valor que significou uma diminuição face ao mês anterior abril e que levou o total de Obrigações nacionais adquiridas pelo banco central para 33.667 milhões de euros.

No total dos países do bloco, a instituições comprou 24.230 milhões de euros em maio e 2.04 biliões de euros desde o início do programa, em março de 2015.

A chave de capital vai, no entanto, ser revista em 2019 pelo que não é certo que se mantenha como está. Questionado sobre esta hipótese, na conferência de imprensa, Draghi respondeu apenas que “também não foi discutido”.

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