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Chernobyl foi há 33 anos mas turismo disparou por causa da HBO

Com o despertar de curiosidade de alguns viajantes, uma guia turística viu a oportunidade ideal para ganhar com os seus conhecimentos. “É possivelmente o último local onde ainda se sente o ambiente da URSS”, realça esta guia.
6 Junho 2019, 07h32

Estreou há exatamente um mês e já é um dos destinos mais famosos do ano. Chernobyl, da plataforma de streaming HBO, transformou o desastre nuclear de 1986 num sucesso de visualizações e de visitas.

Com a pontuação de 9,6 estrelas em dez no IMDB, supera séries como ‘Breaking Bad’ e ‘A Guerra dos Tronos’, que têm uma classificação de 9,5 estrelas e 9,4 estrelas, respetivamente. Depois da série estrear em formato de binge-watch, em que o utilizador pode ver a série de uma vez, o número de visitantes e de reservas para o local do desastre nuclear aumentou 40%, afirma a agência Reuters.

As reações na rede social Twitter têm-se multiplicado após a interpretação genuína de Stellan Skarsgård, enquanto começa como “um comunista arrogante” e passa por um “denunciador”, segundo os tweets. Outro fã diz que as suas emoções após o  fim da série passaram por raiva, desacreditação, luto e compaixão.

Com o despertar de curiosidade de alguns viajantes, uma guia turística viu a oportunidade ideal para ganhar com os seus conhecimentos. “É possivelmente o último local onde ainda se sente o ambiente da URSS”, afirma. Durante a visita os turistas podem visitar a central nuclear e a cidade deserta que chegou a albergar 50 mil cidadãos.

Quem visita Chernobyl diz que é um autêntico local fantasma que parou no tempo, mais especificamente a 26 de abril de 1986. Por o tempo de exposição à radiação não ser perigosa para a saúde, os viajantes passam pelo reator identificado como número quatro e utilizam um medidor de radioatividade para medir as partículas que ainda nos dias de hoje se encontram no local.

Mesmo tendo passado 33 anos desde a explosão nuclear, estima-se que mais de 100 mil pessoas tenham sentido efeitos de envenenamento, deformações e diagnósticos de cancro, como um utilizador do Twitter explicou que tal aconteceu com o próprio avô. O produtor da série, Craig Mazin, respondeu às fotografias publicadas pelo utilizador, onde agradeceu o serviço que o avô deste prestou ao mundo depois do desastre.

A série da HBO mistura acontecimentos reais e personagens fictícios, onde os acontecimentos são vistos por diferentes perspetivas, entre as quais pelos trabalhadores da central, bombeiros, especialistas de física e engenharia nuclear e membros do governo soviético da altura do acidente.

Para visitar a central é obrigatório utilizar roupas que cubram os braços e pagar um seguro de saúde. Além disso, existem diversas proibições, como não tocar em nada, comer e beber no local, fumar ao ar livre e sair dos trilhos definidos pelo guia.

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