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China executa prisioneiros para tráfico de órgãos (e disse que ia parar em 2014)

Uma ativista ligada ao movimento, que esteve num campo de trabalho para mulheres, diz que os prisioneiros são submetidos a exames e análises clínicas e questionados sobre doenças, segundo avança o “The Guardian”.
  • Reuters
18 Junho 2019, 15h52

A China continua a matar os presos para aproveitar os seus órgãos para transplantes. A conclusão é de um tribunal britânico independente, revela o jornal “The Guardian” esta segunda-feira. Na lista de vítimas surgem nomes que eram assumidamente seguidores do movimento Falun Gong.

O ‘China Tribunal’, presidido por um antigo procurador criminal internacional, afirmou que é “certo que o Falun Gong seja a fonte para a extração forçada de órgãos”, citado pela mesma publicação.

“A conclusão mostra que muitas pessoas tiveram mortes horríveis sem motivo, e que mais possam vir a sofrer de forma semelhante. Vivemos num planeta onde a extrema maldade pode ser encontrada no poder daqueles que governam um país numa das mais antigas civilizações conhecidas pelo Homem moderno”, afirmou Geoffrey Nice QC, antigo procurador no tribunal criminal da Jugoslávia.

Os membros deste grupo religioso estão a ser perseguidos desde 1999, quando começou a atrair milhões de seguidores e foi visto como uma ameaça ao partido comunista.

A China já tinha anunciado em 2014 que iria parar de remover os órgãos para transplantes de prisioneiros executados, e descartou as reivindicações como sendo politicamente motivadas e falsas. No entanto, o responsável pelo tribunal de Londres assumiu que “não há provas de que a prática tenha terminado”.

O tempo de espera para um transplante na China é relativamente baixo, demorando apenas umas semanas, de acordo com o tribunal. Uma ativista ligada ao movimento, que esteve num campo de trabalho para mulheres, explicou que os prisioneiros são submetidos a exames e análises clínicas e questionados sobre doenças. “No dia em que fomos transferidos para o campo de trabalho, fomos levados para um centro médico onde fizemos exames físicos. Fomos interrogados sobre as doenças que tivemos e eu disse-lhes que tinha hepatite”, explicou ao “The Guardian“.

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