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Ciberataque ao maior oleoduto dos EUA poderá provocar subida nos preços do petróleo

A paralisação já está a gerar preocupações sobre um aumento nos preços da gasolina e do gasóleo antes do pico da temporada de viagens de verão, se a paralisação não terminar a curto prazo.
10 Maio 2021, 16h57

Os piratas informáticos que provocaram o encerramento da maior rede de oleodutos dos Estados Unidos, a Colonial, iniciaram o ataque cibernético contra o principal operador de oleodutos norte-americano levando consigo uma “grande quantidade de dados”. Segundo o “The Guardian”, foram quase 100gb de dados da Colonial em apenas duas horas. Como consequência e, apesar dos esforços de Joe Biden, o preço do petróleo pode vir a disparar.

Os piratas informáticas fazem parte de um grupo de cibercrime chamado ‘DarkSide’ informou a “Bloomberg” citando duas pessoas envolvidas na investigação da empresa. O governo liderado por Joe Biden respondeu no domingo com medidas de emergência sobre as regulamentações para o transporte de produtos petrolíferos nas auto-estradas, como parte de um esforço “all-hands-on-deck” para evitar interrupções no fornecimento de combustível.

A paralisação já está a gerar preocupações sobre um aumento nos preços da gasolina e do gasóleo antes do pico da temporada de viagens de verão, se a paralisação não terminar a curto prazo. A Colonial encerrou toda a sua rede após o ataque à sua rede de computadores – responsável por armazenar todos os dados sobre o fornecimento de combustíveis da costa leste dos EUA, após um ataque cibernético que envolveu, inclusive, um pedido de resgate, também conhecido por ‘ransomware‘.

Os 8,851 quilómetros de oleoduto que vão do Texas a Nova Iorque transportam 45% do fornecimento de combustíveis da costa leste e viaja por 14 estados do sul e do leste dos EUA. O gasoduto transporta gasolina, gasóleo e querosene de aviação. O portal da empresa diz que transporta cerca de 378 milhões de litros de combustível por dia e fornece sete aeroportos.

Os preços nos postos de combustível não devem subir muito, a menos que a interrupção dure mais de três dias, dizem os especialistas. Mas um encerramento de longo prazo pode ser significativo devido à dimensão do oleoduto.

“Os desafios trazidos pela paralisação da Colonial só se desenvolveriam após alguns dias de paralisação”, disse Patrick DeHaan, chefe de análise de petróleo da GasBuddy. DeHaan alertou os motoristas contra a compra em pânico. “O que poderia tornar o encerramento temporário de um oleoduto muito pior é se os norte-americanos temerem erroneamente a escassez”, disse.

Num comunicado emitido na passada sexta-feira, 7 de maio, a Colonial revelou que naquele mesmo dia detetou um ataque cibernético e decidiu interromper as operações em toda a rede de gasodutos para evitar mais danos nos sistemas de computador, mas não revelou quanto tempo é que as operações poderão estar paradas.

A última vez que a Colonial teve que interromper as suas linhas de transporte de combustível foi durante o furacão Harvey, que atingiu o Golfo do México, em 2017.

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