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Cientistas da Universidade de Coimbra estudam impacto das tempestades na rede elétrica em Portugal

O projecto conta com investigadores da instituição e ainda a colaboração de profissionais do Instituto Dom Luiz, em Lisboa, e de engenheiros da Redes Energéticas Nacionais (REN).
25 Outubro 2021, 15h20

Os cientistas da Universidade de Coimbra vão estudar o impacto das tempestades solares na rede elétrica de Portugal.

O projecto “MAG-GIC: correntes induzidas pelo campo geomagnético no território português” será o primeiro estudo do género no país, que junta uma dezena de investigadores de dois centros de investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), nomeadamente o Centro de Investigação da Terra e do Espaço (CITEUC) e o Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física da Radiação (LIBPhys-UC). Conta ainda com a colaboração de investigadores do Instituto Dom Luiz, em Lisboa, e de engenheiros da Redes Energéticas Nacionais (REN).

A investigação teve a duração de dois anos e foi liderada por Alexandra Pais, docente do Departamento de Física da FCTUC e investigadora do CITEUC. Durante esse período, foram calculadas as correntes Geomagnetic Induced Currents (GIC, sigla em inglês). “Para isso, houve necessidade de recolher informação sobre as caraterísticas da rede de transporte de energia e fazer medições geofísicas que permitiram calcular a condutividade da litosfera na região de Portugal continental”, explica a nota divulgada esta segunda-feira.

Depois, para testar os valores de GICs calculados, procurou-se compará-los com observações. Para conseguir efetuar medições de GICs, a equipa contou com investigadores do LIBPhys-UC, onde se desenvolveu um sistema de aquisição, análise e registo dos dados, com acesso remoto.

Ao longo do projeto MAG-GIC, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e a decorrer de 2018 a 2022, “calculámos a distribuição de GICs nas subestações da rede elétrica da REN, ao mesmo tempo que identificámos os fatores a que os valores estimados são especialmente sensíveis”, refere Alexandra Pais. As medições que estão agora a ser realizadas no âmbito do projeto, explica o comunicado, são essenciais para confirmar quais são os efeitos da meteorologia espacial na rede nacional de transporte de energia. Por isso, adianta Alexandra Pais, o passo seguinte da investigação será “perceber como é que estas correntes afetam individualmente os diferentes elementos do circuito elétrico, em particular os transformadores das subestações da REN”.

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