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Cientistas holandeses detetaram presença do coronavírus em águas residuais 22 dias antes da confirmação do primeiro caso

Ao detetarem material genético do coronavírus numa estação de tratamento de águas residuais em Amersfoort, os cientistas holandeses perceberam que este sistema pode vir a ser utilizado no futuro para monitorizar a circulação do vírus na população.
1 Abril 2020, 15h56

A descoberta de Covid-19 no sistema de águas residuais de uma cidade na holanda fez soar os alarmes. Cientistas holandeses testaram as águas dos esgotos e conseguiram encontrar o novo coronavírus nas águas residuais de Amersfoort, antes dos primeiros casos de Covid-19 serem confirmados no país, segundo a “Bloomberg”.

O novo coronavírus também está presente nas fezes das pessoas infetadas, embora seja improvável que o esgoto se torne numa importante via de transmissão. A crescente circulação do vírus nas comunidades aumentará a quantidade que flui nos sistemas de esgoto, segundo Gertjan Medema e os seus colegas do KWR Water Research Institute em Nieuwegein, holanda.

Ao detetarem material genético do coronavírus numa estação de tratamento de águas residuais em Amersfoort, no dia 5 de março, antes de qualquer caso ter sido relatado na cidade, localizada a cerca de 50 quilómetros a sudeste de Amsterdão, perceberam que através deste método conseguiam identificar pessoas infetadas ainda antes das autoridades terem conhecimento.

A Holanda confirmou o seu primeiro caso de Covid-19 a 27 de fevereiro, 22 dias depois da descoberta. “Segundo Gertjan Medema “é importante coletar informações sobre a ocorrência e o destino deste novo vírus no esgoto, para entender se não há riscos para os trabalhadores, mas também para determinar se a vigilância dos esgotos pode ser usada para monitorar a circulação do SARS-CoV-2 nas nossas comunidades”.

A vigilância de águas residuais é um método já estabelecido de deteção de vários tipos de vírus e bactérias resistentes a antibióticos, bem como o uso de medicamentos ilícitos e prescritos. A vigilância dos esgotos também pode servir como alerta precoce do surgimento e reemergência do Covid-19 nas cidades, afirmaram os cientistas holandeses.

Os cientistas adiantaram ainda que “a deteção do vírus no esgoto, mesmo quando a prevalência do Covid-19 é baixa, indica que a vigilância dos esgotos pode vir a ser uma ferramenta fundamental para monitorizar a circulação do vírus na população”.

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