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Cientistas transformam plástico não reciclável em eletricidade

O grupo quer patentear a tecnologia utilizada para conseguir abastecer a fábrica em Cheshire e sete mil casa ligadas à rede elétrica, num único dia, e sete mil veículos movidos a hidrogénio, a cada duas semanas.
13 Julho 2019, 11h48

O plástico está a causar estragos no mundo e alguns países já adotaram medidas que restringem o uso deste objeto que demora mais de 100 anos a decompor-se. Agora, um grupo de cientistas da Universidade de Chester, em Londres, desenvolveu e criou um método que permite transformar o plástico não reciclável em eletricidade para alimentar casas e carros elétricos, noticiou o ‘Daily Mail’.

Este grupo focou-se em materiais plásticos provenientes da praia e pacotes de alimentares, sendo o primeiro que utiliza plástico sujo e não volta a deixar resíduos. Os cientistas esperam transformar este simples mas poluidor objeto em combustível de hidrogénio e eletricidade ecológica.

O processo criado por estes cientistas envolve cortar o plástico não tratado em tiras antes de o fundir no forno, a uma temperatura de mil graus Celsius. Os gases produzidos durante o processo também são convertidos em energia.

O grupo quer patentear a tecnologia utilizada para conseguir abastecer a fábrica em Cheshire e sete mil casa ligadas à rede elétrica, num único dia, e sete mil veículos movidos a hidrogénio, a cada duas semanas. A inovação, criada em parceria com a PowerHouse Energy, será primeiramente lançada na Ásia para ajudar a eliminar o plástico dos oceanos e praias, afirma a empresa.

Joe Howe, diretor executivo e professor do Instituto Thornton Energy Research da Universidade de Chester, afirmou ao jornal que esta “tecnologia converte todos os resíduos plásticos em hidrogénio de alta qualidade e baixo teor de carbono, para que possa ser utilizado para alimentar motores a gás”.

“Um subproduto desse processo é a eletricidade, o que significa que o plástico usado não serve apenas abastecer carros, mas também para manter as luzes de casa acesas. O mundo deve acordar para essa tecnologia”, sublinhou Joe Howe. “Isso tornará o lixo plástico valioso com capacidade para abastecer as cidades mundiais e, mais importante, pode ajudar a limpar os nossos resíduos plásticos de agora”, sustentou.

Durante os últimos dois anos, este método foi testado como protótipo na Universidade de Chester. Uma versão idêntica, embora menor, do enorme forno será agora construída numa fábrica Ellesmere Port, na próxima primavera. O sistema de conversão eficiente vai ser lançado na China, Índia, Japão, Coreia e Sudeste da Ásia, de forma a limpar os resíduos de plástico.

Howard White, vice-presidente da empresa Waste2Tricity, que tem a licença exclusiva para desenvolver a tecnologia no Reino Unido afirmou que deve ser encontrada “uma solução para o problema mundial de resíduos plásticos para desligar a torneira de plástico na China, Índia e Ásia – uma zona que produz 90% do plástico oceânico do mundo”.

“Limpar os oceanos é muito bom, mas é preciso impedir que os resíduos plásticos entrem no ecossistema. A equipa da Universidade de Chester que nos ajudou a desenvolver essa tecnologia, que em breve estará pronta para uma implantação em larga escala para eliminar a maior parte dos plásticos oceânicos e tornar o hidrogénio, de baixo custo e baixo dióxido de carbono, o combustível para o futuro”, sublinhou Howard White.

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