A cimeira do G7 organizada pela presidência italiana, terá lugar em Borgo Egnazia, Apúlia (Itália), entre esta quinta-feira e o próximo sábado – e tem na agenda o debate central sobre a guerra na Rússia, numa tentativa de fazer a ponte com a cimeira da Suíça, que começa logo a seguir. O presidente ucraniano é esperado na cimeira.
A mensagem será por isso centrada na ação da Rússia na Ucrânia e no auxílio, mesmo que indireto, da China. Mas convém não esquecer que o agregado não está completamente alinhado com as posições de Kiev face a Moscovo. Ou seja: os analistas preveem que a declaração final seja mais uma vez um ponto de fricção entre os presentes.
Com a União Europeia a ser representada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, os sete países mais ricos do mundo não vão com certeza deixar de lado o tema das europeias, de onde saiu o reforço da extrema-direita – mesmo que isso não aflija em nada o país anfitrião.
“A cimeira de Apúlia constituirá uma oportunidade para os dirigentes do G7 demonstrarem a sua firme determinação em defender a ordem internacional baseada no Estado de direito e reforçarem o seu diálogo com os países em desenvolvimento”, pode ler-se em documento oficial da União. As principais questões a abordar durante as seis sessões de trabalho são, segundo comunicado oficial: África, alterações climáticas e desenvolvimento; a situação em curso no Médio Oriente; a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia; a migração; Indo-Pacífico/segurança económica; inteligência artificial; energia; e as relações entre África e a região mediterrânica.
A presidência italiana convidou também os dirigentes de 12 países e de cinco organizações internacionais para participarem em algumas sessões de trabalho durante a cimeira. A presidência italiana centra a sua atuação durante o mandato na defesa da ordem internacional “assente em regras, prestando especial atenção à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia e ao conflito no Médio Oriente” e nas relações com os países em desenvolvimento e as economias emergentes, em especial em África e na região indo-pacífica.
Esta é a sétima vez que a Itália sedia o G7 e o programa inclui seis sessões de trabalho. “A cimeira ocorre em um momento particularmente desafiador no cenário internacional. Para além da discussão sobre a guerra na Ucrânia e o conflito no Médio Oriente, o foco proposto pela presidência italiana será o Mediterrâneo e a África. Outro tema-chave do debate será a inteligência artificial, sobre a qual o Papa Francisco também deve falar. É a primeira vez na história que um Pontífice participa dos trabalhos do Grupo dos Sete. Sessões específicas serão então dedicadas à migração, questões financeiras e a situação no Indo-Pacífico. Durante o encontro, os líderes também abordarão questões globais como segurança económica, transição energética e proteção ambiental”, refere a mensagem oficial da presidência.
A cimeira conta ainda com o envolvimento do presidente da República, Sergio Mattarella, que receberá os líderes do G7 na noite de 13 de Junho durante um jantar oficial no castelo suábio em Brindisi. “Os resultados das discussões serão incluídos na Declaração Final a ser adotada pelos líderes no final da reunião e a ser apresentada no sábado, 15 de junho”.
Está também prevista a publicação de um comunicado sobre o evento dedicado à Parceria para as Infraestruturas e Investimento Global (PGII) e um breve resumo da presidência sobre os resultados da sessão de sensibilização centrada em África, Mediterrâneo, inteligência artificial e energia.
“Temos uma grande responsabilidade sobre os nossos ombros e tencionamos honrá-la da melhor forma possível, mostrando mais uma vez como a Itália é capaz de traçar o rumo que temos pela frente”, referiu sobre a cimeira a primeira-ministra e líder anfitriã, Giorgia Meloni.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete ser um dos mais ativos. Segundo a Agênciabrasil, já recebeu oito pedidos para reuniões bilaterais, durante a reunião, mas o único pedido de encontro solicitado até o momento pelo presidente brasileiro é com o Papa Francisco, Segundo a presidência do Brasil, é a oitava vez que o presidente Lula é participante convidado para o encontro, desde 2003. A expectativa é que, desta vez, nos encontros e na reunião da cimeira, o presidente fale sobre temas como trabalho decente, combate à fome e taxação dos super-ricos.
Por motivos diplomáticos, o Brasil divulgou apenas os quatro convites de reuniões bilaterais já aceitos por Lula: o do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; e dos presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, da França, Emmanuel Macron, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Os outros quatro pedidos de reunião bilateral ainda estão a ser avaliados”, informou o secretário de Assuntos Económicos e Financeiros, embaixador Mauricio Lyrio.
A reunião do G7 contará com a participação dos sete membros do grupo (Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido, Japão, Canadá e Alemanha) e de convidados.
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