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Cimeira Europeia: Charles Michel pede um último esforço para uma “missão impossível”

Na terceira ronda de negociações conjuntas, o presidente do Conselho Europeu fez um discurso emotivo aos líderes europeus, apelando a um consenso e recordando as cedências das propostas que apresentou.
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19 Julho 2020, 22h21

Ao terceiro dia de impasse, o presidente do Conselho Europeu pediu um último esforço aos líderes dos 27 Estados-membros para um acordo sobre o pacote de recuperação europeu. Durante o jantar deste domingo, Charles Michel recordou aos líderes europeus o número de mortes que a pandemia do novo coronavírus já provocou na Europa e apelou a um acordo urgente.

“A minha esperança é que cheguemos a um acordo e que as manchetes… amanhã sejam que a União Europeia cumpriu uma missão impossível”, disse, citado pela Reuters. “Este é o meu desejo sincero… depois de três dias de trabalho sem parar”, acrescentou.

Segundo o Politico Europe, Charles Michel fez um discurso emotivo aos líderes europeus, numa altura em que o impasse se mantém. O presidente do Conselho Europeu recordou que avançou com uma contra-proposta sobre a distribuição do Fundo de Recuperação, mantendo o montante total de 750 mil milhões de euros. Charles Michel propõe que o montante de subsídios desça para 400 mil milhões, aumentando a verba prevista de empréstimos para 350 mil milhões de euros, segundo Nikos Chrysoloras, editor da Bloomberg em Bruxelas.

A proposta inicial da Comissão Europeia previa que o Fundo de Recuperação, com um total de 750 mil milhões de euros, canalizasse aos países 500 mil milhões de euros sob a forma de subsídios e 250 mil milhões de euros sob a forma de empréstimos. Estas verbas chegariam aos países através de uma chave de repartição, que também ainda teria que ser aprovada pelos 27 Estados-Membros.

Porém, este é um dos pontos mais quentes das negociações e que tem travado os avanços. Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca consideram os valores elevados. O braço de ferro levou o presidente do Conselho Europeu a propor uma redução das verbas dos subsídios para 450 mil milhões de euros, subindo o montante dos empréstimos para 300 mil milhões de euros.

Contudo, esta proposta não foi aceite pelos países ‘frugais’. No jantar deste domingo, que o Politico descreve como tenso, os 27 Estados-membros continuam a negociar, sem ainda terem chegado a acordo.

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